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“Justiça precisa ser dura”, diz tia de motociclista morto por empresário embriagado na RMC

A tia da vítima, Franciele França, desabafou sobre a sensação de impunidade diante do andamento do processo
Jovem Guilherme Oliveira morreu no acidente (Foto: Reprodução)
A tia da vítima, Franciele França, desabafou sobre a sensação de impunidade diante do andamento do processo

Luiz Henrique de Oliveira

08/10/25
às
15:22

- Atualizado há 2 dias

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A família de Guilherme França de Oliveira, motoboy de 21 anos morto em um acidente de trânsito em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, ainda busca justiça quase dois meses após a tragédia. O jovem foi atingido por uma caminhonete conduzida pelo empresário Igor Pavin, que, segundo as investigações, estava embriagado e trafegava na contramão no momento da colisão.

A tia da vítima, Franciele França, desabafou sobre a sensação de impunidade diante do andamento do processo. “São quase dois meses e eu não posso chamar de um acidente. A partir do momento que uma pessoa bêbada assume a direção do veículo e na contramão, ele assumiu o risco de matar alguém”, disse.

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Franciele relata que apenas recentemente a Justiça aplicou medidas cautelares contra o motorista. “Agora tiraram a habilitação dele, o que devia ter sido feito no começo, e ele terá que pagar uma fiança de 40 salários mínimos. É pouco para uma vida que se foi e para quem tem dinheiro”, desabafou.
“A dor da falta dele é impagável. Ele escolheu beber, dirigir e matar. Nós não escolhemos. O que quero é que a Justiça seja feita. Nenhum valor vai pagar o que a gente sofreu.”

A familiar também fez críticas à desigualdade de tratamento no sistema judicial: “Quem tem nome consegue sair pela porta da frente. Se fosse eu, isso não aconteceria. “A Justiça precisa ser dura. Ele destruiu uma vida e uma família inteira”, lamentou.

O processo judicial

O caso, ocorrido em 28 de agosto de 2025, na Avenida São Gabriel, está em andamento na 1ª Vara Criminal de Colombo. O processo se encontra na fase de Resposta à Acusação, etapa em que a defesa do acusado apresentará sua manifestação à Justiça — o prazo termina nesta sexta-feira (10 de outubro).

O empresário Igor Pavin responde em liberdade mediante o cumprimento de medidas cautelares, que incluem:

  • Pagamento de fiança no valor de 40 salários mínimos;
  • Suspensão do direito de dirigir;
  • Proibição de deixar a comarca por mais de oito dias sem autorização judicial.

A denúncia do Ministério Público do Paraná foi recebida pela juíza Fabiana Christina Ferrari em 25 de setembro. O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Fórum de Colombo, onde o caso tramita.

Relembre o acidente:

Defesa fala em “lamentável acidente”

Em nota, o escritório Elias Mattar Assad Advogados Associados, que representa Igor Pavin, afirmou que o cliente “desde o primeiro momento, colocou-se à disposição das autoridades e vem cumprindo rigorosamente todas as determinações judiciais, demonstrando respeito ao devido processo legal e à dor da família da vítima”.

A defesa reforçou ainda que “se trata de um lamentável acidente de trânsito, cujas circunstâncias deverão ser integralmente apuradas no decorrer do processo penal, assegurando-se o amplo direito de defesa e o contraditório, pilares fundamentais da Justiça”.

O caso

Segundo as investigações, Guilherme França trafegava de moto quando foi atingido frontalmente pela caminhonete conduzida por Pavin, que seguia na contramão. O impacto foi tão forte que o motociclista morreu ainda no local.

A morte do jovem gerou grande comoção entre familiares, amigos e colegas de profissão, que realizaram manifestações em Colombo pedindo penas mais severas para motoristas que dirigem sob efeito de álcool.

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