
- Atualizado há 40 segundos
A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) determinou a retirada das tornozeleiras eletrônicas e o fim do recolhimento domiciliar noturno impostos ao prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes, e a outros investigados no caso que apura desvios na área da saúde do município. A decisão, assinada pelo desembargador Kennedy Josue Greca de Mattos nesta terça-feira (9), atende pedidos de defesa após entendimento favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A medida beneficia, além de Marcondes, os investigados Samuel Antonio da Silva Nunes, Alberto Martins de Faria, Abrilino Fernandes Gomes (comentarista esportivo) e Francisco Roberto Barbosa, que haviam sido denunciados pelo Ministério Público do Paraná por participação no suposto esquema de irregularidades.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
Apesar de revogar as restrições mais severas, o TJPR manteve outras cautelares aos investigados, como: suspensão do exercício da função pública; proibição de acesso à Prefeitura de Fazenda Rio Grande e às sedes das empresas investigadas; proibição de contato entre os denunciados e impedimento de saída do país.
O desembargador também determinou a expedição dos alvarás necessários para oficializar a retirada da monitoração eletrônica e a juntada da decisão em outros autos relacionados ao caso.
As acusações fazem parte de um Procedimento Investigatório Criminal do Ministério Público que apura irregularidades em contratos e possíveis desvios de recursos públicos destinados à saúde municipal. A investigação segue em andamento, e o MP deverá se manifestar sobre outros pedidos pendentes no processo.
A decisão do TJPR representa um abrandamento das medidas impostas, mas mantém restrições que visam impedir interferências no curso das apurações. A situação jurídica dos denunciados permanece vinculada ao andamento da ação penal.
Denúncia do MP
Segundo o MPPR, o grupo formava uma organização criminosa que direcionava contratos de uma empresa responsável por testes rápidos e levantamentos estatísticos. O objetivo seria desviar verbas públicas e pagar propina a servidores de alto escalão. O prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 10 milhões.
O Ministério Público apresentou denúncia contra o prefeito e o secretário de Fazenda Rio Grande pelos crimes de organização criminosa, contratação direta ilegal, peculato (desvio de dinheiro público) e corrupção passiva majorada. O empresário apontado como proprietário da AGP Saúde e o auditor do TCE-PR também foram denunciados, com a inclusão do crime de lavagem de dinheiro. Para o MPPR, o auditor Alberto Martins de Faria é o líder do esquema criminoso. O comentarista esportivo Fernando Gomes foi denunciado por organização criminosa e corrupção ativa majorada.

Diante das investigações, o vice-prefeito de Fazenda Rio Grande, Luiz Sérgio Claudino, conhecido como Serjão, assumiu interinamente a chefia do Poder Executivo Municipal.
De acordo com nota oficial divulgada pela Prefeitura, todas as secretarias e órgãos municipais seguem operando normalmente, garantindo a continuidade dos serviços públicos à população. A administração reforçou ainda o compromisso “com a transparência, a legalidade e o interesse público”.