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O corpo do jovem Rodrigo Boschen, de 22 anos, que morreu após um suposto furto de chocolate e chiletes no Hipermercado Muffato do bairro Portão, em Curitiba, no último dia 19, estava com os pés amarrados quando foi localizado. Ele foi perseguido e morto por dois funcionários do estabelecimento, um motoboy e um segurança terceirizado.
Segundo o advogado Leonardo Mestre, que representa a família de Rodrigo, a forma que o corpo foi encontrado aponta para sinais de tortura. “A análise dos elementos probatórios colhidos no inquérito revela que a gravidade do crime é significativamente superior àquela inicialmente divulgada. O corpo de Rodrigo foi encontrado com os pés amarrados, apresentando claros sinais de tortura e lesões físicas extensas, muito além do que havia sido noticiado, o que reforça a brutalidade e a covardia com que foi executado o homicídio”, diz a defesa.
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Conforme o advogado, o jovem, funcionário de uma multinacional em Curitiba, tinha dinheiro no bolso e não havia motivos para que ele praticasse o delito. Inclusive, afirmou que Rodrigo esteve no local no dia anterior com a mãe. “No momento dos fatos, ele trajava seu uniforme de trabalho, portava dinheiro e não havia qualquer motivação plausível para a prática de furto. Na véspera do crime, Rodrigo e sua mãe estiveram no local. A família vivia próxima ao supermercado Muffato, que frequentavam cotidianamente”, informa o advogado.
A defesa ressaltou que, até o momento, não há prova concreta de que Rodrigo tenha praticado furto ou tentativa de furto, sendo tal alegação baseada unicamente na versão dos próprios envolvidos na morte do jovem. “É perfeitamente possível que, em razão de seu estado de saúde mental ou do uso de substâncias, Rodrigo tenha apenas tentado evadir-se da abordagem dos seguranças, sem que qualquer crime tenha sido cometido por ele”, diz a defesa.
De acordo com Mestre, Rodrigo era portador de transtornos mentais e enfrentava a dura realidade da dependência química, mas não possuía antecedentes criminais. “Em uma única ocasião, no início de 2025, foi abordado portando pequena quantidade de substância entorpecente, tendo sido classificado como usuário, nos termos da legislação vigente”, pontuou.
Em entrevista ao Portal Nosso Dia, o pai de Rodrigo, Rogério Boschen, ressaltou que o jovem teve problema com as drogas, mas estava se recuperando e trabalhando em uma multinacional. “Ele queria estudar, fazer uma faculdade, gostava de jogar futebol. Agora, não tenho mais ele. Ele estava controlado e aparentemente não tinha mais esse problema de droga. Estava trabalhando e animado. Quando estava indo para o caminho certo, acontece isso”, disse.
Manifestação
Na noite desta quarta-feira, amigos e familiares de Rodrigo realizaram uma manifestação pedindo por Justiça. Saiba mais clicando aqui.
Outro lado
Confira a última manifestação oficial do Muffato sobre o caso: