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Jovem de 22 anos volta a ter qualidade de vida após operação cardíaca inédita em Curitiba

Cardiologistas implantam prótese cardíaca em cirurgia rara no Hospital São Marcelino Champagnat
Cardiologistas implantam prótese cardíaca em cirurgia rara no Hospital São Marcelino Champagnat

Redação*

05/09/25
às
7:56

- Atualizado há 9 horas

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Guilherme Wagner, de 22 anos, convive desde o nascimento com um problema cardíaco grave. A condição, chamada displasia da válvula aórtica, dificultava a saída do sangue do coração e já o levou a passar por sete cirurgias. A mais recente, porém, mudou a vida do jovem: um procedimento pioneiro que uniu duas técnicas minimamente invasivas, até então nunca realizadas em conjunto.

A equipe do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), implantou uma prótese na válvula pulmonar e, no mesmo ato, fechou uma rara comunicação anormal entre a aorta — principal artéria que leva sangue para o corpo — e a artéria pulmonar, que conduz o sangue do coração para os pulmões. Tudo isso sem a necessidade de abrir o peito do paciente.

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Uma infância marcada por cirurgias

O problema de Guilherme foi identificado logo nos primeiros dias de vida. Para evitar falência cardíaca, médicos implantaram um balão para ampliar a passagem do sangue. Na infância, ele passou ainda por três cirurgias de peito aberto. A mais complexa foi realizada em 2011: a Operação de Ross, em que a válvula pulmonar do paciente é transferida para o lugar da válvula aórtica e substituída por um enxerto humano. É um recurso usado em jovens que precisam de uma solução duradoura para manter o coração funcionando.

Apesar de todas as intervenções, em 2023 os sintomas voltaram com força: cansaço extremo, dificuldade para dormir e até para caminhar. “Eu já não conseguia fazer tarefas simples, como trabalhar ou me deitar para descansar. Tudo era muito mais difícil”, lembra Guilherme, que atua como auxiliar administrativo.

O desafio da sétima cirurgia

Os exames mostraram que a válvula colocada na posição pulmonar havia se desgastado com o tempo. Uma nova cirurgia de peito aberto traria riscos altos. Por isso, a equipe optou por um implante por cateter — técnica em que a prótese é conduzida por dentro dos vasos sanguíneos até o coração, sem cortes grandes.

A complexidade aumentou durante o procedimento. Após o implante bem-sucedido da nova válvula, os médicos identificaram uma abertura anormal entre a aorta e a artéria pulmonar, complicação rara em quem já passou pela Operação de Ross.

Com rapidez, a equipe realizou um segundo procedimento no mesmo ato cirúrgico: fechou a comunicação com outra prótese, também inserida por cateter. “Este é o primeiro caso registrado em que os dois procedimentos foram feitos em sequência, sem abrir o tórax. É uma mudança de paradigma na forma de tratar pacientes que já passaram por várias cirurgias abertas e não têm condições de enfrentar mais uma”, explica o cardiologista Romulo Torres, responsável pela operação.

Recuperação surpreendente

Os resultados apareceram logo. “Antes da cirurgia, eu precisava dormir sentado. Poucos dias depois, já consegui descansar deitado e me senti mais disposto”, conta Guilherme, que já retomou o trabalho, consegue se exercitar e vive sem as limitações que enfrentava há pouco mais de um ano.

Para os especialistas, a experiência abre caminho para oferecer mais qualidade de vida e longevidade a pacientes jovens com histórico de múltiplas cirurgias cardíacas. Para Guilherme, significa algo ainda mais valioso: “Agora posso pensar no futuro com mais tranquilidade”.

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