- Atualizado há 19 horas
Inspirado na história do avô, que perdeu a capacidade de se comunicar após um Acidente Vascular Encefálico (AVE), o jovem José Guilherme Pereira da Luz, de 18 anos, transformou uma experiência familiar em uma inovação tecnológica com impacto social. Durante o ensino médio no Colégio Estadual Professor Pedro Carli, em Guarapuava, região Centro-Sul do Paraná, ele desenvolveu as smart gloves — luvas inteligentes capazes de traduzir movimentos das mãos em mensagens e sons exibidos em um computador ou celular.
O projeto, criado nas aulas de Programação, Robótica e Pensamento Computacional, sob orientação do professor Willian Schön Lopes, ganhou destaque entre os melhores da Jornada Educatech 2024, evento organizado pela Fundação Araucária e pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A iniciativa reconhece ideias inovadoras de estudantes paranaenses e valoriza projetos com potencial de transformação social.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
As smart gloves ainda estão em fase de testes, mas já demonstram um enorme potencial. O dispositivo usa sensores para medir o ângulo de curvatura dos dedos, transmitindo os dados via Wi-Fi para uma plataforma online. Com isso, é possível monitorar em tempo real os movimentos das mãos, gerando gráficos e mensagens automáticas. A tecnologia pode ser usada tanto em tratamentos de fisioterapia para reabilitação motora quanto como ferramenta de comunicação para pessoas com deficiência na fala.
Cada gesto da mão pode acionar mensagens pré-programadas, como “tenho sede”, “sinto dor” ou “preciso ir ao banheiro”, que aparecem na tela e podem ser enviadas a cuidadores ou familiares. Há também suporte para áudio, simulando a voz do usuário e tornando a comunicação ainda mais acessível.
“Mais do que uma ferramenta tecnológica, as smart gloves mostram aos alunos que é possível usar o conhecimento para gerar inclusão e qualidade de vida”, afirma o professor Willian. Segundo ele, o projeto está passando por validação com profissionais da saúde e por um processo de patente, e a expectativa é de que possa ser produzido em larga escala no futuro.
Hoje cursando Ciência da Computação na Unicentro, José Guilherme conta que a motivação pessoal foi o ponto de partida de tudo. “Quando meu avô teve o AVC, ele não conseguia se comunicar. Sabíamos que sentia dor, mas não conseguíamos entender onde ou o que ele queria. Fico imaginando como a vida dele teria sido diferente se essa tecnologia já existisse naquela época”, relata.
Com reconhecimento estadual e elogios de profissionais da saúde, o jovem inventor de Guarapuava mostra que a empatia também pode ser motor da inovação e que a tecnologia, quando nasce de histórias reais, tem o poder de transformar vidas.
*Com informações da AEN