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Os transtornos causados aos usuários de rodovias com o início das cobranças do novo pedágio do Paraná, com uma fila imensa especialmente na BR-277, na praça em São Luiz do Purunã, na Região Metropolitana de Curitiba, repercutiu na sessão desta segunda-feira (26) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Enquanto o vice-líder do governo e presidente da Comissão de Obras da Casa, o deputado estadual Gugu Bueno (PSD), afirmou que os responsáveis pelas concessionárias EPR Litoral Pioneiro e Via Araucária serão chamados para prestar esclarecimentos, a deputada Mabel Canto (PSDB) disse que o primeiro fim de semana de cobrança foi desastroso.

Mabel Canto tem residência em Ponta Grossa e contou que mesmo na manhã desta segunda-feira, no deslocamento pela BR-277 até Curitiba, enfrentou fila no pedágio de São Luiz do Purunã, de responsabilidade da Via Araucária. Para a parlamentar, o início da cobrança do pedágio aconteceu de forma desastrosa.

"Foi desastroso. O usuário ficou em filas enormes, parado nas praças do pedágio. Não estavam preparados para atender, não tinham troco e as maquininhas de cartão não funcionavam. Recebemos relatos de pessoas esperando de duas a três horas para passar pelo pedágio. Hoje, quando vi de Ponta Grossa, a fila ainda estava enorme. Vamos cobrar os órgãos responsáveis", afirmou a parlamentar.

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Deputada Mabel Canto em entrevista ao Portal Nosso Dia (Foto: Reprodução)

O deputado Gugu Bueno destacou que será aprovado requerimento para que os responsáveis pelas concessionária sejam chamados para prestar esclarecimentos. "Como presidente da Comissão de Obras, estamos aprovando requerimento para que os representantes das concessionárias venham em reunião no dia 9 de abril para debater o que aconteceu e também falar da grande questão que é o acompanhamento das obras. Queremos entender como será possível acompanhar estas obras, para que nós, enquanto Alep, tenhamos mecanismos necessários para esse acompanhamento", disse.

Alternativas

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) destacou que mesmo com todas as cabines funcionando as filas chegaram a 11 km, o que mostra um fluxo de veículos maior do que o previsto para a concessão, o que faz necessário se pensar em alternativas. "Havia cobrança em todas as cabines, mas insuficiente para o volume de carros. É até preciso rediscutir o valor da tarifa pelo volume de carros. É necessária também uma forma automática de cobrança para quando a espera passa de 20 minutos, para não prejudicar o usuário das rodovias", explicou.

Outra situação crítica, na avaliação do deputado, é o início da cobrança antes que qualquer melhoria fosse feita no pavimento e na sinalização das rodovias. “Essas melhorias foram anunciadas publicamente pelas autoridades responsáveis pela concessão. Nada disso aconteceu, as empresas começaram a cobrar o pedágio e agora estão fazendo os tapa buracos”, afirmou.

Deputado Romanelli (Foto: Valdir Amaral/Alep)

Para Romanelli, é necessário fazer adequações nos projetos do lote 3, que abrange o Norte do Paraná e a rodovia do Café, e no lote 6, que corta o Oeste e o Sudoeste do Estado e grande parte da BR-277. Ele sugeriu que a Assembleia Legislativa retome o protagonismo na fiscalização e acompanhamento da nova concessão, através de uma consultoria técnica.

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“Todos perdemos quando a Assembleia Legislativa não renovou o contrato com o Instituto de Transportes, Tecnologia e Infraestrutura (ITTI), da Universidade Federal do Paraná, que prestava esta assessoria técnica que nos permitiu contestar vários pontos da concessão. O legislativo precisa retomar este protagonismo, com assessoria técnica, para poder defender os interesses dos paranaenses. Senão, ficaremos 30 anos como passageiros de um contrato”, ponderou Romanelli.

O líder da oposição, o deputado estadual Requião Filho (PT), foi mais duro nas críticas e disse que não há tolerância às concessionárias. "Uma tolerância de 25 anos fazendo pedágio no Paraná, são as mesmas pessoas com outros nomes e CNPJs. Ratinho e Lula conseguiram mais 25 anos deste câncer no Paraná. Eu espero que a população e a organização civil se levantem para que a gente possa continuar lutando contra o pedágio", disse.