PUBLICIDADE
Economia /
DIA A DIA

Inflação em Curitiba supera média nacional em março, aponta Fecomércio PR 

Preços das frutas e do café foram os que mais pesaram no bolso dos curitibanos
(Foto: Agência Brasil)
Preços das frutas e do café foram os que mais pesaram no bolso dos curitibanos

Redação com assessoria

18/04/25
às
7:16

- Atualizado há 1 dia

Compartilhe:

Curitiba e Região Metropolitana registraram uma inflação acima da média nacional em março, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A elevação foi de 0,76% na capital paranaense, uma das mais altas do país, empatando com Porto Alegre. No mesmo período, o índice geral do Brasil ficou em 0,56%.

Em março, os grupos que mais impactaram o orçamento dos curitibanos foram Vestuário (+1,65%), Alimentação e Bebidas (+1,34%) e Transportes (+1,00%).

Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui

Para o economista e assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, a inflação tem sido impactada pela atual dinâmica do mercado de trabalho, especialmente em regiões com maior aquecimento econômico. “A dinâmica no mercado de trabalho vem contribuindo para a aceleração inflacionária no Brasil e em Curitiba e Região Metropolitana, influenciando principalmente os preços dos serviços”, analisa Dezordi.

Esse movimento inflacionário é explicado, em parte, pela redução do desemprego, que tende a elevar os salários e, consequentemente, os custos de produção, especialmente nos setores que dependem fortemente de mão de obra, como os serviços. “Com mais pessoas empregadas e ganhando melhor, o consumo também aumenta, o que pressiona a demanda e contribui para a alta dos preços”, reitera.

Em 12 meses, o IPCA geral acumulou inflação de 5,48% na economia brasileira e de 5,43% em Curitiba e Região Metropolitana.

Conforme avalia o assessor econômico da Fecomércio PR, os índices se mantêm elevados e já superam o teto da meta oficial da inflação, fixado em 4,50%. “Observaremos, portanto, uma inflação oficial acima do limite de 4,50% em 2025”, comenta Dezordi. “Com uma inflação mais elevada e persistente, a política monetária ficará mais restritiva”, projeta.

Maiores altas e quedas do IPCA no mês de março

Os itens que mais subiram de preços em Curitiba e Região Metropolitana no mês de março foram as frutas, com destaque para o tomate (+39,39%), manga (+24,02%), melancia (+16,73%) e mamão (+13,14%). O café moído também sofreu alta considerável, de 12,14%, assim como o ovo de galinha, com aumento de 9,50%.

Segundo o economista Lucas Dezordi, o encarecimento das frutas está relacionado ao período de entressafra, fenômeno sazonal que afeta a oferta, e tende a arrefecer ao longo do ano. “Esse movimento é típico dos primeiros meses do ano, mas a expectativa é de que os preços se estabilizem gradualmente com a retomada da produção”, explica.

Por outro lado, alguns alimentos apresentaram recuo, aliviando a conta do supermercado em parte dos lares. As maiores quedas de preços foram observadas em itens como cebola (-7,16%), batata-inglesa (-6,27%), contrafilé (-6,12%), chã de dentro (-5,91%), presunto (-3,65%), patinho (-3,33%) e costela (-2,67%). “A inflação das carnes perdeu força em março e a tendência é continuar desacelerando nos próximos meses”, destaca o assessor econômico.

Maiores altas e quedas do IPCA no acumulado no ano: janeiro a março

No acumulado de janeiro a março, os vilões da lista de mercado foram a cenoura (+39,70%) e o café moído (+39,50%), seguidos por pepino (+38,75%), ovo de galinha (+36,77%), manga (+33,77%) e tomate (+31,21%).

Já as reduções mais consideráveis foram observadas em itens como batata-inglesa (-15,71%), feijão preto (-11,47%), banana-d’água (-10,69%) e cebola (-9,63%).

Maiores altas e quedas do IPCA nos últimos 12 meses

Produtos mais sensíveis à estiagem, como frutas e hortaliças, continuam pressionando a inflação em Curitiba e Região Metropolitana. No acumulado de 12 meses, de abril de 2024 a março de 2025, o café moído teve alta expressiva de 87,97%. Também apresentaram aumentos significativos a tangerina (+48,14%), capa de filé (+33,53%), alho (+32,01%), chocolate (+25,50%) e carne suína (+25,30%).

De acordo com o economista da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, a forte elevação no preço do café nos últimos meses reflete uma combinação de fatores climáticos e de mercado. “O preço do café registrou um aumento significativo em decorrência do clima adverso no ano passado, marcado por estiagens e queimadas em importantes regiões produtoras de Minas Gerais. A queda na oferta impactou diretamente os preços, que subiram no final de 2024 e início deste ano. Paralelamente, a demanda também cresceu, tanto no mercado interno, quanto no mercado externo. Em março, as exportações do café paranaense avançaram 69% em relação ao mesmo mês de 2024, conforme dados do Comex”, analisa Dezordi.

Por outro lado, alguns itens apresentaram forte recuo nos últimos 12 meses, aliviando parcialmente o impacto inflacionário. Entre os produtos com maior queda estão a cebola (-51,45%), batata-inglesa (-44,40%), feijão preto (-23,89%), cenoura (-23,32%), manga (-17,19%) e pacote turístico (-11,08%).

TÁ SABENDO?

DIA A DIA

PUBLICIDADE
© 2024 Nosso dia - Portal de Noticias