- Atualizado há 3 horas
Os dias prolongados de chuva aumentam um problema recorrente em condomínios: as infiltrações. Junto delas, o temido mofo, com alto risco à saúde. Infiltrações podem gerar danos na estrutura do edifício, com risco até de colapso das estruturas.
De acordo com o advogado Luís Gustavo Stremel, especialista em Direito Condominial, a primeira etapa é sempre identificar a origem do problema, com ajuda de profissionais técnicos. “Hoje existem tecnologias, como as câmeras de termografia, que permitem detectar o ponto exato da infiltração. Isso evita quebra-quebra e direciona a responsabilidade a quem realmente deve arcar com o reparo”, explica.
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Segundo Stremel, a responsabilidade pelo conserto depende da origem da infiltração:
Taxa extra e assembleias
Outra dúvida comum é sobre a cobrança de taxas extras para reparos. Stremel explica que elas precisam ter destinação específica e aprovação em assembleia, salvo em casos emergenciais. “Se for algo urgente, como um cano estourado molhando tudo, a despesa pode ser realizada e ratificada depois. Não há um valor máximo para o custeio de um reparo urgente, depende do tamanho do problema. Mudem a forma de pensar, pois, se tudo será rateado entre os condôminos, é muito melhor do que seria pagar sozinho.”, detalha.
O tema das infiltrações é apenas um exemplo da complexidade do Direito Condominial, especialidade em que Stremel atua. Segundo ele, o papel do advogado condominial é muitas vezes comparado ao de um “subsíndico de gravata”.
“Não existe síndico que consiga resolver tudo sozinho. O advogado especializado auxilia na condução de assembleias, interpretação de normas, mediação de conflitos e até na elaboração de convenções e regimentos. O preventivo é tão importante quanto o corretivo”, afirma.
Com o aumento dos condomínios no país — são mais de 540 mil no Brasil e cerca de 9 mil em Curitiba, de acordo com o último Censo Demográfico —, a demanda por profissionais da área tem crescido rapidamente.
Um especialista é importante, a vida condominial exige prática.
Recentemente notícia chamou atenção, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte obrigou aos administradores de um condomínio realizar uma vistoria técnica e a correção de infiltrações, que já perduravam 1(um) ano.
O que o síndico(a) deve fazer para evitar situações extremas? Montar um manual de manutenções, contratar bons profissionais técnicos e planejar reformas preventivas.
Stremel explica que é recorrente condôminos reclamando que nada é feito, que as infiltrações tomaram conta e que os prejuízos se acumulam há meses. “Inaceitável”, reclama.
Apesar de reconhecer desafios para convencer os síndicos(as) da importância da advocacia condominial, Stremel acredita que a atividade está em plena expansão. “Na medida em que as cidades crescem, os condomínios se multiplicam. Eu costumo brincar: segura o crescimento desenfreado da advocacia condominial”, afirma.
Para os jovens advogados interessados na área, a dica é proximidade e autenticidade. “Encontre pontos em comum com os clientes, seja em hobbies, esportes ou interesses culturais. Esteja presente. No fundo, todo morador é também um cliente indireto, e precisa ser cuidado com atenção, ouvido e acolhido”, conclui.