O guru de 63 anos, preso por suspeita de violência sexual contra pacientes, dizia ter um grau espiritual 5, apenas dois a menos do que considerava ter Jesus Cristo (grau 7). Conforme as investigações, o homem, que também era professor de yoga, usava do poder sobre as pacientes para cometer os abusos, que aconteciam em uma clínica em Curitiba e em uma chácara do grupo, que fica em Quatro Barras, na Região Metropolitana.

O suspeito foi preso na última sexta-feira em Florianópolis pelo Ministério Público do Paraná, por crime de violação sexual mediante fraude, que acontece quando não há o emprego de violência física ou grave ameaça, mas sim fraude como meio de obtenção do ato sexual. 

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“Cinco vítimas procuraram uma advogada para se orientar e essa advogada procurou o Núcleo de Apoio para uma orientação sobre o fato, que era bastante grave. Instauramos um inquérito e passamos a fazer as oitivas. Todos os elementos apontam para o estelionato sexual no âmbito espiritual. Ele tinha facilidade para identificar as fragilidades das vítimas e usava isso para ter envolvimento. Entregava a ideia de que podia levar a uma cura de vítimas fragilizadas”, contou a promotora de justiça Tarcila Santos Teixeira.

Segundo Tarcila, as vítimas escolhidas passavam por momentos de fragilidade emocional e o suspeito usava do poder espiritual que dizia ter. “Pessoas em instabilidade emocional e que tinham um líder espirituoso com notável poder de envolvimento, envolvia inclusive o marido delas, que não sabiam dos abusos. Ele dizia que Jesus Cristo tinha um grau espiritual 7 e ele grau 5. Quando as vítimas questionavam, ele argumentava que estavam duvidando da fé”, explicou.

Outras vítimas – Ao requerer a prisão preventiva do homem, o Ministério Público destacou os crimes praticados contra cinco pessoas. O Naves ressalta, entretanto, que já existem informações sobre outras vítimas, inclusive adolescentes, e que todas podem entrar em contato com a instituição para buscar orientações e atendimento. Os contatos podem ser feitos pessoalmente, na sede do Naves (Rua Marechal Hermes, 751, 5º andar), pelo telefone 3250-4022 ou pelo e-mail: [email protected].

A partir do prosseguimento das investigações, que contarão com a análise dos eventuais elementos de prova colhidos nas buscas, o MPPR trabalhará para o possível oferecimento de denúncia contra o investigado. O crime apurado é o de violação sexual mediante fraude (artigo 215 do Código Penal), que se configura quando não há o emprego de violência física ou grave ameaça, mas se baseia na fraude como meio de obtenção do ato sexual.