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Grau é fonte de renda de motociclistas alvos de operação na RMC, diz delegado

Diante do avanço da investigação, a Polícia Civil do Paraná solicitou ao Poder Judiciário a aplicação de medidas cautelares, que foram deferidas
Diante do avanço da investigação, a Polícia Civil do Paraná solicitou ao Poder Judiciário a aplicação de medidas cautelares, que foram deferidas

Luiz Henrique de Oliveira

16/12/25
às
12:10

- Atualizado há 1 minuto

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As investigações que apuram a prática de manobras ilegais com motocicletas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) revelaram que os atos conhecidos como “grau” iam além da infração de trânsito e se transformaram em fonte de renda para os investigados. A informação foi confirmada pelo delegado Edgar Santana, responsável pelo caso.

Segundo a apuração, os motociclistas gravavam vídeos realizando manobras perigosas em vias públicas e divulgavam o conteúdo nas redes sociais, incentivando outras pessoas a repetir a prática ilegal. A popularidade dos vídeos gerava milhares de visualizações e seguidores, o que passou a render ganhos financeiros aos envolvidos.

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“Eles divulgavam os vídeos nas redes sociais e incentivavam as pessoas a praticarem o grau. A partir disso, passaram a ter lucro com a venda de produtos, patrocínios e até rifas das próprias motocicletas usadas nas manobras ilegais. Ou seja, transformaram uma prática criminosa em fonte de renda”, explicou o delegado.

Assista ao vídeo dos suspeitos:

Diante do avanço da investigação, a Polícia Civil do Paraná solicitou ao Poder Judiciário a aplicação de medidas cautelares, que foram deferidas. Entre as determinações estão o uso de tornozeleira eletrônica, a suspensão ou proibição de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), a proibição de circulação no período noturno e nos fins de semana, além da apreensão de motocicletas. Somente nesta etapa da operação, sete motos foram recolhidas.

Além disso, a Polícia Civil informou que irá oficiar as plataformas digitais para a exclusão dos conteúdos publicados pelos investigados, com o objetivo de coibir a disseminação e o incentivo desse tipo de conduta. “O trânsito não é palco para exibição. Vamos manter a operação tolerância zero por prazo indeterminado”, reforçou Santana.

As investigações também avançam sobre o possível envolvimento de empresas e pessoas físicas que patrocinavam os motociclistas. De acordo com o delegado, lojas de peças, vestuário e calçados estariam entre os apoiadores, fornecendo produtos ou recursos em troca de divulgação nos vídeos. A próxima fase da operação deve focar na identificação desses patrocinadores.

A Polícia Civil também apura a prática do crime previsto no artigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro, que trata da realização de manobras perigosas em via pública, colocando em risco a vida de terceiros. A pena pode chegar a três anos de prisão. Segundo a investigação, além de colocar a própria vida em risco, os motociclistas expunham pedestres, ciclistas e outros condutores a situações de grave perigo.

“O incentivo ao grau é crime. Esses vídeos acabam influenciando principalmente jovens, criando uma falsa sensação de normalidade para uma conduta extremamente perigosa”, destacou o delegado.

A operação segue em andamento e novas fases não estão descartadas. A Polícia Civil afirma que continuará as diligências para responsabilizar todos os envolvidos e coibir a prática de manobras ilegais nas ruas da Região Metropolitana de Curitiba.

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