
- Atualizado há 5 horas
O caso do menino brasileiro de 9 anos que teve dois dedos mutilados em uma escola de Portugal será investigado formalmente pela Inspeção-Geral da Educação, um órgão fiscalizador ligado ao Ministério da Educação português. A informação foi confirmada à Rádio França Internacional (RFI).
O Agrupamento de Escolas Souselo, região onde fica a escola, também instaurou um inquérito interno. Além das apurações administrativas, a RFI informou que ao menos 15 advogados se ofereceram para representar a família do menino. Os defensores preparam uma queixa ao Ministério Público de Portugal e também ações relacionadas a responsabilidade civil do colégio.
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A criança foi atacada na escola na segunda-feira, 10. A mãe do menino, Nívia Estevam, de 27 anos, contou que o menino já tinha sofrido outras agressões na Escola Básica da Frente Coberta, que fica a cerca de 130 km da cidade do Porto.
Segundo ela, o menino tinha acabado de entrar no banheiro quando dois colegas o seguiram e fecharam a porta sobre seus dedos. Eles teriam pressionado a porta até a amputação e a criança precisou se arrastar para pedir socorro.
Em entrevista à RFI, a mulher relatou não ter recebido nenhum contato do Ministério da Educação de Portugal, da escola ou dos pais das crianças envolvidas no caso. Ela disse que somente o Consulado do Brasil no Porto ofereceu apoio jurídico e psicológico.
A mãe do menino afirmou que, na segunda-feira, recebeu um telefonema da escola relatando que o filho havia sofrido um acidente leve. Porém, já na ambulância, ela disse que o bombeiro colocou o dedo do filho na sua mão e pediu que segurasse.
Nívia afirmou que a família vai começar o acompanhamento psicológico. Em relação à saúde do menino, ela contou que ele fará a troca de curativo na quarta-feira, 19. Ele passou por uma cirurgia de 3 horas, mas as pontas dos dedos não puderam ser reconstituídas.
Pesadelos e gravidez
Na entrevista, Nívia disse também que a família mudou de endereço com receio da repercussão do caso. A família está provisoriamente na casa de parentes. “Nós não iremos voltar para casa. O José não vai voltar para aquela escola. Ainda estamos procurando casa”, afirmou à RFI.
Ela contou que o menino passa os dias sem ter acesso às redes sociais. Segundo a mulher, o período da noite é mais complicado porque o menino tem tido pesadelos e precisa ser medicado.
“Só quero que cuidem do trauma dele. Que ele volte a brincar, a sorrir, a ser criança”, disse. Nívia afirmou também na entrevista que havia descoberto que está grávida um dia antes do acidente com o filho. Ela estava há dois anos tentando a gravidez.