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‘Golpe do novo número’: criminosos se passam por parentes para pegar dinheiro das vítimas

Bando que atuava em vários Estados enganou pelo menos 157 pessoas, que fizeram transferências financeiras acreditando estar ajudando familiares
Operação foi comandada pela Polícia Civil de Goiás, com a colaboração das polícias civis de outros estados e do Ministério da Justiça. Foto: Polícia Civil de Goiás
Bando que atuava em vários Estados enganou pelo menos 157 pessoas, que fizeram transferências financeiras acreditando estar ajudando familiares

Estadão Conteúdo

15/08/25
às
10:14

- Atualizado há 31 segundos

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Vinte e três pessoas foram presas temporariamente nesta quinta-feira, 14, durante a Operação Mirum III, promovida pela Polícia Civil de Goiás para combater uma associação criminosa especializada em fraudes eletrônicas de grande escala.

Cerca de 140 policiais cumpriram também 23 ordens de busca e apreensão domiciliar, além de sequestro e bloqueio de bens no valor total de R$ 120 mil. As ações ocorreram simultaneamente no Distrito Federal e em dez municípios dos estados de Goiás, Pará, Maranhão, Santa Catarina e Tocantins.

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A operação é um desdobramento das investigações iniciadas após um caso de estelionato contra uma idosa, vítima do chamado “Golpe do Novo Número”, em que criminosos se passam por familiares para solicitar transferências financeiras. A vítima sofreu prejuízo de quase R$ 120 mil.

As investigações apontaram que o grupo é responsável por pelo menos 157 ocorrências policiais registradas de 2021 a 2024, com um sofisticado esquema de atuação nacional. A associação também fazia uso de aplicativos avançados para gerenciar perfis de WhatsApp e obter dados pessoais das vítimas, que eram utilizados para reforçar a veracidade das fraudes.

Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato na modalidade fraude eletrônica (art. 171 do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e lavagem dinheiro (lei 9613/1998), cujas penas podem atingir até 21 anos de prisão, além de multa.

Comandada pelo Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), a operação teve o apoio do Ministério da Justiça e das polícias Civis do Distrito Federal, do Maranhão, de Mato Grosso, do Pará, de Santa Catarina e do Tocantins.

“A Operação Mirum III é um exemplo concreto da importância da atuação integrada entre as forças de segurança pública de diferentes estados e da aplicação estratégica da inteligência policial no enfrentamento às fraudes”, afirmou o diretor de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), Rodney da Silva.

Segundo ele, o Ministério da Justiça seguirá apoiando operações que desarticulem estruturas criminosas sofisticadas que atuam em rede e exploram vulnerabilidades. “O trabalho conjunto é o caminho para proteger o cidadão e garantir a efetividade da Justiça”, conclui.

Durante a Operação Mirum II, em 2023, um dos principais articuladores do grupo foi preso, o que possibilitou o aprofundamento das investigações e a revelação da complexa rede de participantes e colaboradores. Já foram identificados 51 investigados, com 28 prisões efetuadas nas fases anteriores.

O delegado titular do Gref em Goiás, Thiago César de Oliveira Silva, avalia que a ação integrada entre as polícias civis e o apoio do Ministério da Justiça foram fundamentais para o sucesso da operação. “Essa ação representa mais um passo firme no enfrentamento à criminalidade digital, que tem feito vítimas em todo o País, especialmente entre os mais vulneráveis. Trata-se de uma associação criminosa altamente estruturada, com atuação nacional e uso intensivo de tecnologia para aplicar fraudes.”

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