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O Governo do Paraná e o Alkhorayef – grupo da Arábia Saudita referência global em sistemas de irrigação e soluções agrícolas e proprietário de empresas como a multinacional Western – discutiram nesta terça-feira (6) a possibilidade de instalação de um centro de distribuição da empresa e, futuramente, até mesmo de uma fábrica no Estado. A visita teve como objetivo apresentar as oportunidades e facilidades para a consolidação de investimentos no Paraná.
A Western é uma das maiores fabricantes mundiais de sistemas de irrigação em larga escala, com destaque para o uso de pivôs centrais, uma tecnologia que permite a irrigação precisa e automatizada de grandes áreas agrícolas. O equipamento gira em torno de um ponto fixo, garantindo eficiência hídrica e maior produtividade nas lavouras, um diferencial especialmente relevante para a agroindústria paranaense. As tratativas com o grupo saudita seguem com a interlocução da Invest Paraná, órgão responsável por fazer a ponte entre governo e iniciativa privada.
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O Governo do Paraná tem a intenção de intensificar o uso da tecnologia. O Estado conta com um Programa Estadual de Irrigação (Irriga Paraná) para aumentar a área agricultável coberta com sistema de irrigação do Estado, com investimentos que somam R$ 200 milhões, entre linhas de crédito com juros subsidiados e pesquisa. No ano passado uma comitiva liderada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior também esteve no Nebraska, nos Estados Unidos, referência global em tecnologia agrícola, para conhecer soluções empresariais e acadêmicas de sistemas de irrigação.
O Paraná ainda conta com um baixo número de áreas irrigadas. Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apenas 3% da área utilizada para lavouras conta com sistema de irrigação, o equivalente a 170 mil hectares. Desse total, 100 mil hectares ficam no Noroeste (área onde há menor disponibilidade de água e temperaturas mais elevadas), 15 mil hectares na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o restante, 55 mil hectares, distribuídos pelas outras regiões.
Durante a reunião desta terça-feira, foi discutida a possibilidade de utilizar o recém-criado FIDC Agro Paraná, fundo inédito no Brasil para financiar até R$ 2 bilhões ao agronegócio, como ferramenta para viabilizar o acesso das cooperativas paranaenses às soluções tecnológicas da empresa, com financiamento mais acessível e de longo prazo. O fundo pode facilitar a aquisição dos equipamentos de irrigação pelas cooperativas, impulsionando a modernização do campo com apoio ao produtor rural.
“O Paraná sempre foi um grande produtor de alimentos em nível nacional e mundial e o que estamos fazendo é transformá-lo no supermercado do mundo ao investir cada vez mais no fortalecimento da agroindústria”, afirmou o vice-governador Darci Piana, que presidiu o encontro.
De acordo com o Plano Paraná Cooperativo (PRC), do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), as cooperativas paranaenses têm um potencial de faturamento de R$ 500 bilhões até 2030, reforçando o potencial para o agronegócio do Estado. Com uma localização estratégica, o Paraná tem acesso facilitado a cerca de 284 milhões de consumidores no Mercosul. Além disso, o Estado tem se destacado pelo ambiente favorável aos negócios, com políticas públicas e infraestrutura logística em expansão.
“Vivemos um momento histórico em infraestrutura, com o maior pacote de concessões rodoviárias do Brasil, o que fortalece ainda mais nossa logística e garante mais agilidade e segurança para o escoamento da produção paranaense. Estamos aproveitando nossas duas grandes vocações, a agroindústria e a localização estratégica para transformar o Paraná em um verdadeiro hub logístico da América do Sul”, reforçou Piana.
Ele também disse aos diretores do grupo que esse conjunto de fatores tem ajudado o Estado a ampliar sua presença internacional. Entre janeiro e novembro de 2024, por exemplo, o Paraná exportou mais de US$ 280 milhões em produtos para a Arábia Saudita, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A pauta de exportações aos países do Oriente Médio cresceu 35% em relação ao mesmo período do ano anterior.