- Atualizado há 1 ano
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Cassada a liminar de primeira instância que havia censurado matérias sobre suspeitas de corrupção envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alep), Ademar Traiano (PSD), e o ex-deputado Plauto Miró, veio à tona que os parlamentares fizeram acordo com o Ministério Público (MP), em dezembro de 2022, confessando que receberam vantagem indevida (propina) do empresário Vicente Malucelli. Responsável por trazer o caso a público, após ser denunciado no Conselho de Ética por ter chamado Traiano de corrupto durante sessão na Alep, o deputado Renato Freitas (PT) afirmou, em entrevista ao Portal Nosso Dia, que é um caso para afastamento da presidência da Casa e cassação do mandato.
“O feitiço se volta contra o feiticeiro. Primeiro passo é afastar o Traiano da presidência e depois cassação. Aquele que rouba, passa uma imagem muito ruim para a sociedade. Como aquele que rouba milhões de dinheiro público, pode advertir aquele que rouba no mercado para comer? Isso gera um sentimento de animosidade com as instituições”, afirmou o parlamentar, que em seguida destacou os próximos passos que tomará.
“A bancada de deputados da oposição se reuniu e deliberou ao conselho do Ministério Público Federal para que se apure esse acordo revestido de um sigilo tão rigoroso. Iremos nos articular enquanto bancada e também será requerido ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que pode trazer para si qualquer processo”, explicou o petista.
Ainda na entrevista, Freitas afirmou que fará em breve uma representação contra Traiano na Alep. “Se a representação não for protolocada por outro deputado, nós o faremos. Ainda não o fiz, porque estou em um momento de defesa (do processo que ele é investigado no Conselho de Ética), mas farei em um futuro breve”, concluiu o parlamentar.
Na decisão em que libera a exibição das reportagens, o desembargador Rosaldo Elias Pacagnan, do Tribunal de Justiça do Paraná afirma que o interesse público em torno do caso é “evidente”. “Nós, agentes públicos, temos contas a prestar”, escreveu o desembargador.
Ademar Traiano e Plauto Miró foram implicados na delação premiada do empresário Vicente Malucelli. Ele fechou acordo de colaboração com o Ministério Público do Paraná e afirmou ter repassado R$ 200 mil aos parlamentares em troca do direcionamento de uma licitação para produção de conteúdo da TV Assembleia, canal do legislativo estadual do Paraná.
Além da delação, as notícias abordavam o acordo de não persecução penal fechado pelo presidente da Assembleia Legislativa com o Ministério Público do Paraná. Esse é um instrumento que permite que a pessoa investigada, no caso Traiano, confesse o crime e cumpra cláusulas negociadas com as autoridades, como multa, para não responder a uma ação penal. O acordo também está em sigilo. Os anexos estão sob sigilo. Os políticos citados ainda não se pronunciaram sobre o caso.