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Os dois homens considerados foragidos pela morte do jovem Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, após o suposto furto de um chocolate e de chicletes no Hipermercado Muffato do bairro Portão, em Curitiba, foram presos pela Polícia Civil nesta quinta-feira (4). Foram detidos Luiz Roberto Costa Barbosa, funcionário do setor de frutas, legumes e verduras do supermercado, e Antonio Cesar Bonfim Barros, que é segurança interno do Hipermercado.
Segundo a polícia, Luiz Roberto é apontado como aquele que perseguiu a vítima a pé, deu chutes para derrubá-la e aplicou o golpe de “mata-leão” (estrangulamento). Uma testemunha relatou que pediu para que Luiz Roberto parasse com o estrangulamento e chamar a polícia, e ele respondeu: “Está com dó de ladrão?”, e seguiu com as agressões. Ele também arrastou por cerca de 850 metros o corpo de Rodrigo e abandonou. Luiz Roberto não retornou ao trabalho desde o ocorrido e seu paradeiro era desconhecido.
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Já Antônio César está sendo acusado de perseguir Rodrigo e participar diretamente do crime. Antonio foi visto carregando o corpo da vítima e também não voltou ao trabalho desde o que ocorreu e seu paradeiro também era desconhecido.
Réus
Quatro homens foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) e se tornaram réus na Justiça pelo assassinato de Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos. Eles respondema pelo crime de homicídio triplamente qualificado e poderão receber uma pena de até 30 anos de reclusão.
Segundo o MPPR, as apurações do caso apontam que o jovem passou a ser perseguido pelos denunciados, pelo desejo “de retaliação pessoal e vingança privada, absolutamente desproporcional ao suposto dano causado”, sustentou o MPPR na denúncia. Ao alcançá-lo, os denunciados imobilizaram-no perto do supermercado e passaram a agredi-lo, causando sua morte.
Outros envolvidos
Além de Luiz e Antônio, presos nesta quinta-feira, outros dois suspeitos estão detidos pelo crime:
Bryan Gustavo Teixeira, de 22 anos, também indiciado pela Polícia Civil, é segurança da empresa terceirizada Força Rota, que presta serviços ao Supermercado Muffato. Ele está sendo apontado como um dos agressores que perseguiu a vítima, viu o estrangulamento e as agressões, sem intervir. Ele ajudou a arrastar e a carregar o corpo.
or último, está indiciado Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, de 19 anos. Ele é motoboy e estava fazendo entregas e interceptou a vítima com sua motocicleta a pedido dos funcionários do supermercado. Ele agrediu Rodrigo com chutes e socos, enquanto estava imobilizado pelo mata-leão de Luiz Roberto. Disse à polícia que ‘durante o golpe de estrangulamento, percebeu que a coloração (vítima) mudava para tons arroxeados e azulados, o que indicava que estava perdendo a consciência‘. Ainda assim, deixou o local sem prestar socorro.
Após a conclusão do inquérito policial que pede o indiciamento de quatro acusados pela morte de Rodrigo da Silva Boschen, a defesa da família do jovem, o advogado Leonardo Mestre se manifestou por meio de nota:
“A família de Rodrigo da Silva Boschen considera acertado o indiciamento dos responsáveis pelo seu homicídio e espera que o Ministério Público acompanhe o entendimento da autoridade policial. Reforça, ainda, a importância da continuidade das investigações para que sejam apuradas todas as circunstâncias do crime, incluindo a possível participação de outras pessoas, seja de forma direta ou por omissão. A família segue acompanhando ativamente as investigações, com o compromisso de buscar justiça e garantir que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados“.
Rodrigo entrou no Hipermercado Muffato na noite de quinta-feira, 19 de junho, e furtou uma barra de chocolate e chicletes, segundo o inquérito policial. Ao notar que tinha sido flagrado, ele correu e foi perseguido por quatro homens (assista aos vídeos), entre eles, o segurança de uma empresa terceirizada que presta serviço para o Muffato, dois funcionários do hipermercado e um motociclista que passava pelo local. A correria foi registrada por câmeras de segurança. Depoimentos indicam que o jovem foi alcançado, agredido e, por fim, morto com um golpe conhecido como mata-leão.
A família informou ao Portal Nosso Dia que Rodrigo trabalhava como auxiliar de produção em uma multinacional na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O jovem não tinha passagens pela polícia. Há um ano e meio, ele ficou internado em uma clínica de recuperação para dependentes químicos e, segundo a família, levava uma vida tranquila.
Familiares e amigos organizaram um protesto após a morte do jovem, na noite do dia 25 de junho. Ao Portal Nosso Dia, o pai dele Ronaldo Boschen disse que o filho não merecia morrer desta forma e que ele tinha o plano de fazer uma faculdade no futuro.
(Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)