Curitiba e região /
DIA A DIA

Fios soltos se tornam paisagem de Curitiba e RMC; de quem é a responsabilidade?

A responsabilidade em fiscalizar os postes e ver se não há fios caídos ou colocados de forma incorreta é da Copel (Companhia Paranaense de Energia), que é quem notifica ou até multa as empresas de telecomunicações
A responsabilidade em fiscalizar os postes e ver se não há fios caídos ou colocados de forma incorreta é da Copel (Companhia Paranaense de Energia), que é quem notifica ou até multa as empresas de telecomunicações

Luiz Henrique de Oliveira

06/05/22
às
9:49

- Atualizado há 3 anos

Compartilhe:

Se você caminhar por Curitiba e Região Metropolitana (RMC) e olhar para cima você verá uma extensa fiação nos postes, só que o problema é que se olhar para a frente e até para o chão o risco de também vê-los é alto. Com a maior demanda pelo cabeamento para internet, o excesso de fios e a não manutenção deles têm se tornado um grande problema, que os órgãos competentes tentam solucionar.

Mas de quem é a responsabilidade? A responsabilidade em fiscalizar os postes e ver se não há fios caídos ou colocados de forma incorreta é da Copel (Companhia Paranaense de Energia), que é quem notifica ou até multa as empresas de telecomunicações em caso de não manutenção. A Copel apenas age para a retirada dos fios em casos de risco de acidentes, uma vez que a responsabilidade não é da empresa.

Fio solto na Rua Kelvin com a Darwin, no bairro Atuba, em Colombo (Foto: Alex Martins)

“Dependendo da gravidade, a Copel faz a manutenção, mas o nosso papel é de fiscalizar e entrar em contato com a operadora, notificando incialmente e, se necessário, aplicando uma multa nas empresas, que é de R$ 600 por poste. É um valor pesado, o que faz com que na maioria dos casos a empresa solucione o problema”, destacou ao Nosso Dia o gerente do Departamento de Compartilhamento de Estruturas da Copel, Alfredo Bottini dos Santos.

É fio para todo lado

O leitor do Nosso Dia, Alex Martins, trabalha com motoboy e, depois que quase se acidentou ao se enroscar com os fios soltos, passou a fotografá-los. Ele teme que uma solução concreta só venha depois que uma tragédia acontecer.

Fios soltos na Rua Apucarana com a Uniflor, no bairro Emiliano Perneta, em Pinhais (Foto: Alex Martins)

“Um dia eu fazia uma entrega à noite em Pinhais e, ao entrar em uma rua, o fio enrolou na minha mão e tomei um susto. Imagine que eu estava a 20 km/h em uma curva e aconteceu isso, pense em uma maior velocidade em uma reta, poderia ter sido um acidente grave”, lembrou.

Martins disse que a situação de abandono dos fios acontece em vários pontos de Curitiba e Região Metropolitana. “Questionei as prefeituras em rede social e elas falaram que a responsabilidade é das empresas de telecomunicações. Mas e aí, vão esperar alguém perder a vida para ter uma solução, se enroscando com um fio solto?”, questionou.

Fios soltos na Rua Benedito Mário da Silva, no bairro Cajuru, em Curitiba (Foto: Alex Martins)

Referente às demandas de Martins, o Nosso Dia entrou em contato com a Copel e também as Prefeituras de Colombo, Pinhais e Curitiba:

  • Colombo não enviou uma nota oficial, pela fiscalização ser da Copel, afirmando que trabalha em parceria com a empresa;
  • Pinhais disse que ” sempre que identifica uma situação de risco envolvendo cabos soltos ou rompidos entra em contato com as operadoras responsáveis e/ou com a COPEL (caso seja necessário) para buscar uma solução para o problema’;
  • Curitiba afirmou que os ‘relatos são encaminhados para a COC (Coordenadoria de Obras de Curitiba) ligada à Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, que é responsável por notificar as concessionárias responsáveis pelos cabos em situação irregular’.

Copel

Os questionamentos à Copel foram feitos ao gerente Alfredo Bottini dos Santos, que confirmou que os fios soltos são uma grande demanda de trabalho por parte da empresa. “Hoje nós temos, nas áreas de atuação da Copel no Paraná, 3,2 milhões de postes, sendo 35% em áreas urbanas. As operadoras muitas vezes não retiram os fios e, com o tempo, eles arrebentam porque ficam sem uso. De fato, pode acontecer de motociclistas enroscarem, por exemplo”, lamentou.

Fios na Avenida São Gabriel com a Rua Alexandre Guber, no bairro São Gabriel, em Colombo (Foto: Alex Martins)

Segundo o engenheiro, a Copel trabalha em parceria com as prefeituras para solucionar o problema de uma forma mais rápida. “A gente tem parcerias, porque a responsabilidade é das empresas, nós fiscalizamos. Fazemos a manutenção em casos de risco, porque nossas equipes estão em outras demandas e as teles que precisam fazer a retirada. Em Curitiba, por exemplo, nós temos grupos de WhatsApp, junto com a prefeitura, para saber os locais em que se precisa de uma ação emergencial”, explicou.

A Prefeitura de Curitiba informou ao Nosso Dia que a Central 156 recebeu 622 solicitações em 2022 e que, no ano passado inteiro, foram 1.477 pedidos de manutenção. Conforme o engenheiro da Copel, não é em todos os casos que uma equipe vai resolver o problema.

“Por isso que muitas vezes o próprio cidadão pode identificar pelo cabo qual a empresa e entrar em contato com ela. Quando chega à Copel, é feita a notificação e, na maioria das vezes, resolve. Já aplicamos multas, porém a intenção é não virar uma ‘indústria da multa’, por isso que se tem uma solução antes. O importante é a pessoa buscar fazer a denúncia, seja direto às empresas ou a prefeitura da cidade, que aí avisa a Copel para fazer a notificação”, explicou.

Em Curitiba, o canal para denúncias é o 156 e na prefeitura da sua cidade. Em Pinhais, a demanda pode ser passada pelo WhatsApp da Prefeitura: 98707-5000.

TÁ SABENDO?

DIA A DIA

© 2024 Nosso dia - Portal de Noticias