- Atualizado há 3 anos
Se você caminhar por Curitiba e Região Metropolitana (RMC) e olhar para cima você verá uma extensa fiação nos postes, só que o problema é que se olhar para a frente e até para o chão o risco de também vê-los é alto. Com a maior demanda pelo cabeamento para internet, o excesso de fios e a não manutenção deles têm se tornado um grande problema, que os órgãos competentes tentam solucionar.
Mas de quem é a responsabilidade? A responsabilidade em fiscalizar os postes e ver se não há fios caídos ou colocados de forma incorreta é da Copel (Companhia Paranaense de Energia), que é quem notifica ou até multa as empresas de telecomunicações em caso de não manutenção. A Copel apenas age para a retirada dos fios em casos de risco de acidentes, uma vez que a responsabilidade não é da empresa.
“Dependendo da gravidade, a Copel faz a manutenção, mas o nosso papel é de fiscalizar e entrar em contato com a operadora, notificando incialmente e, se necessário, aplicando uma multa nas empresas, que é de R$ 600 por poste. É um valor pesado, o que faz com que na maioria dos casos a empresa solucione o problema”, destacou ao Nosso Dia o gerente do Departamento de Compartilhamento de Estruturas da Copel, Alfredo Bottini dos Santos.
O leitor do Nosso Dia, Alex Martins, trabalha com motoboy e, depois que quase se acidentou ao se enroscar com os fios soltos, passou a fotografá-los. Ele teme que uma solução concreta só venha depois que uma tragédia acontecer.
“Um dia eu fazia uma entrega à noite em Pinhais e, ao entrar em uma rua, o fio enrolou na minha mão e tomei um susto. Imagine que eu estava a 20 km/h em uma curva e aconteceu isso, pense em uma maior velocidade em uma reta, poderia ter sido um acidente grave”, lembrou.
Martins disse que a situação de abandono dos fios acontece em vários pontos de Curitiba e Região Metropolitana. “Questionei as prefeituras em rede social e elas falaram que a responsabilidade é das empresas de telecomunicações. Mas e aí, vão esperar alguém perder a vida para ter uma solução, se enroscando com um fio solto?”, questionou.
Referente às demandas de Martins, o Nosso Dia entrou em contato com a Copel e também as Prefeituras de Colombo, Pinhais e Curitiba:
Os questionamentos à Copel foram feitos ao gerente Alfredo Bottini dos Santos, que confirmou que os fios soltos são uma grande demanda de trabalho por parte da empresa. “Hoje nós temos, nas áreas de atuação da Copel no Paraná, 3,2 milhões de postes, sendo 35% em áreas urbanas. As operadoras muitas vezes não retiram os fios e, com o tempo, eles arrebentam porque ficam sem uso. De fato, pode acontecer de motociclistas enroscarem, por exemplo”, lamentou.
Segundo o engenheiro, a Copel trabalha em parceria com as prefeituras para solucionar o problema de uma forma mais rápida. “A gente tem parcerias, porque a responsabilidade é das empresas, nós fiscalizamos. Fazemos a manutenção em casos de risco, porque nossas equipes estão em outras demandas e as teles que precisam fazer a retirada. Em Curitiba, por exemplo, nós temos grupos de WhatsApp, junto com a prefeitura, para saber os locais em que se precisa de uma ação emergencial”, explicou.
A Prefeitura de Curitiba informou ao Nosso Dia que a Central 156 recebeu 622 solicitações em 2022 e que, no ano passado inteiro, foram 1.477 pedidos de manutenção. Conforme o engenheiro da Copel, não é em todos os casos que uma equipe vai resolver o problema.
“Por isso que muitas vezes o próprio cidadão pode identificar pelo cabo qual a empresa e entrar em contato com ela. Quando chega à Copel, é feita a notificação e, na maioria das vezes, resolve. Já aplicamos multas, porém a intenção é não virar uma ‘indústria da multa’, por isso que se tem uma solução antes. O importante é a pessoa buscar fazer a denúncia, seja direto às empresas ou a prefeitura da cidade, que aí avisa a Copel para fazer a notificação”, explicou.
Em Curitiba, o canal para denúncias é o 156 e na prefeitura da sua cidade. Em Pinhais, a demanda pode ser passada pelo WhatsApp da Prefeitura: 98707-5000.