- Atualizado há 4 minutos
Uma jovem baleia jubarte foi encontrada encalhada na manhã desta quinta-feira (19) no Balneário Praia de Leste, em Pontal do Paraná. O animal, com aproximadamente sete metros de comprimento, chegou a ser visto com vida por moradores e pela equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que realiza o monitoramento diário da orla por meio do Projeto de Monitoramento de Praias. Horas depois, no entanto, o filhote não resistiu.
A Dra. Camila Domit, Bióloga e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde atua como professora e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC/UFPR), explicou como a situação foi identificada.
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“Fazemos o monitoramento das praias todos os dias, e hoje, durante essa rotina, encontramos a baleia. Moradores estavam na área e nos acionaram por diversos contatos da universidade. Quando a equipe chegou, o animal ainda estava vivo, mas bastante debilitado”, contou.
Segundo ela, o estado da baleia indicava sinais graves de desnutrição, além da presença de parasitas, como o ciamídeo (popularmente conhecido como piolho de baleia). “Esse tipo de parasita costuma aparecer quando o animal já não está bem de saúde. Além disso, o corpo apresentava sinais de caquexia, uma magreza extrema que aponta para um longo período de sofrimento”, detalhou Camila.
A espécie jubarte (Megaptera novaeangliae) é conhecida por migrar anualmente pela costa brasileira, especialmente entre os meses de junho e julho, quando deixa a região Antártica rumo ao litoral do país para reprodução. “Esse período é sazonal. Todos os anos vemos baleias passando por aqui, é natural do ciclo migratório delas”, observou a pesquisadora.
De acordo com a equipe da UFPR, a baleia encontrada é um animal jovem, possivelmente em seu segundo ano de vida. A causa exata da morte será investigada por meio de necropsia, a ser realizada após a imobilização do corpo.
O procedimento deve apontar se o filhote sofria por falta de alimento, exposição a contaminantes ou doenças ligadas ao ambiente marinho.
Embora a espécie esteja em processo de recuperação desde o fim da caça comercial no Brasil, encerrada na década de 1990, as jubartes ainda enfrentam desafios para sobreviver, principalmente nos primeiros anos de vida.
O prefeito de Pontal do Paraná, Rudão Gimenes, esteve presente no local e comentou sobre a importância do trabalho conjunto com a universidade:
“O monitoramento realizado pelo projeto é fundamental para o cuidado das nossas praias. A Prefeitura apoia a Universidade Federal do Paraná e sempre que necessário, seja para ajudar na remoção de animais ou em outras ações, atua junto, cuidando do nosso litoral.” afirma.
Casos como este mostram o valor do monitoramento constante realizado em Pontal do Paraná, que possibilita acompanhar de perto a presença dessas gigantes do mar por meio do trabalho diário dos biólogos, professores e estudantes da Universidade Federal do Paraná.
*Com informações da Prefeitura de Pontal do Paraná