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Filha de Fachin, diretora do curso de Direito da UFPR leva cusparada na rua após semana com incidentes

Ao deixar a faculdade, na Praça Santos Andrade, ela foi abordada por um homem branco, que não se identificou, recebeu uma cusparada no rosto e foi chamada de “lixo comunista”
Diretora e professora da UFPR, Melina Fachin (Foto: Reprodução)
Ao deixar a faculdade, na Praça Santos Andrade, ela foi abordada por um homem branco, que não se identificou, recebeu uma cusparada no rosto e foi chamada de “lixo comunista”

Luiz Henrique de Oliveira

15/09/25
às
7:36

- Atualizado há 31 segundos

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A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, foi vítima de uma agressão na noite de sexta-feira (12), em Curitiba. Ao deixar a faculdade, na Praça Santos Andrade, ela foi abordada por um homem branco, que não se identificou, recebeu uma cusparada no rosto e foi chamada de “lixo comunista”.

O episódio ocorreu na mesma semana em que a UFPR foi palco de tensão após o cancelamento da palestra do professor Jeffrey Chiquini. Chiquini, que leciona na própria instituição, havia sido convidado para debater com o vereador Guilherme Kilter, mas a atividade acabou suspensa depois de protestos de grupos estudantis e movimentos sociais. Os críticos alegavam que as posições políticas dos palestrantes, ligados à direita, eram incompatíveis com a promoção do debate acadêmico, o que gerou forte repercussão e dividiu opiniões dentro e fora da universidade.

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Com o cancelamento, a UFPR passou a ser alvo de debates nacionais sobre liberdade de expressão e limites do espaço universitário, aumentando o clima de hostilidade em torno do Setor de Ciências Jurídicas. A agressão contra Melina, segundo colegas, deve ser interpretada dentro desse contexto, já que ela foi citada pelo grupo de direita durante vários momentos após o cancelamento da palestra.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB/PR), por meio das Comissões de Direitos Humanos e das Advogadas, emitiu nota conjunta repudiando o ataque. “A presença feminina em um cargo de poder e o envolvimento com a proteção de pautas caras a grupos socialmente vulneráveis são aspectos determinantes para a ocorrência de violência desta natureza, o que multiplica a necessidade de atenção das instituições”, destacou o texto.

“As comissões se solidarizam com Melina, um exemplo para todas as pessoas, em especial, para todas as mulheres que ocupam o Direito”, complementa a nota.

Reconhecida pela trajetória em defesa da democracia, dos direitos humanos e da igualdade de gênero, Melina Fachin recebeu solidariedade de entidades de classe, colegas e estudantes após a agressão. O caso deve ser apurado pelas autoridades competentes.

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