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“Ficam os momentos de felicidade.” A frase dita pela mãe de Júlia Kwapis resume o sentimento de uma família que tenta se apegar às boas lembranças depois da tragédia que tirou a vida da adolescente de 14 anos. Júlia é uma das vítimas do tornado de categoria F3 que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, na última sexta-feira (7).
Mesmo tão jovem, Júlia deixou marcas profundas. Carinhosa, vaidosa e sempre sorridente, ela era conhecida pela doçura com que tratava todos à sua volta. Agora, restam as memórias de uma menina cheia de sonhos e planos interrompidos cedo demais.
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A mãe, Mary, e a irmã, Geovana Kwapis, contaram à reportagem da Catve.com o drama vivido até encontrarem Júlia. Desesperadas por notícias após o tornado, elas foram até Laranjeiras do Sul, mas não conseguiram nenhuma informação sobre o paradeiro da adolescente — que estava internada em um hospital da cidade, sem identificação.
“Na hora do desespero, a gente não pensa em perguntar se tem alguém sem identificação, a gente não lembra”, contou a mãe.
Geovana tentou buscar ajuda nas redes sociais, publicando fotos e pedidos de informações. Foi durante a madrugada que recebeu o contato de um médico informando sobre uma jovem internada com as mesmas características da irmã.
“Ele disse que tinha uma moça sem identificação e que eu poderia ir lá reconhecer se era ela. Na hora já me deu um aperto no peito. Fui correndo para o hospital”, relembra.
Ao chegar à unidade de saúde, veio a confirmação. Júlia não havia resistido aos ferimentos causados pela força do tornado.
“Quando eu ergui o lençol, foi uma das piores coisas que vi na minha vida. A Júlia, linda, com o cabelo bonito, vaidosa… e quando eu vi, o cabelo estava cortado, o rosto desfigurado”, contou Mary, emocionada.
No dia seguinte, sábado (8), Júlia receberia o sacramento da Crisma. Ela estava animada, e a família já havia preparado uma confraternização após a missa. A celebração, no entanto, deu lugar à despedida.
Entre lágrimas, Mary tenta encontrar consolo nas lembranças da filha.
“As pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com a Júlia vão ter boas lembranças. Ela foi muito intensa”, disse.
Agora, o que permanece são as memórias de uma menina amorosa e alegre — e, como diz a mãe, os momentos de felicidade que ficaram.