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Fevereiro Roxo: entenda a fibromialgia e a qualidade de vida após o diagnóstico

Especialista do Pilar Hospital alerta sobre a importância do diagnóstico precoce na melhoria da qualidade de vida de pacientes que convivem com a doença
Foto: Freepik
Especialista do Pilar Hospital alerta sobre a importância do diagnóstico precoce na melhoria da qualidade de vida de pacientes que convivem com a doença

Por Assessoria

17/02/25
às
14:46

- Atualizado há 3 semanas

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Este mês, o movimento “Fevereiro Roxo” ganha destaque, uma campanha criada para conscientizar a população sobre doenças crônicas, como a fibromialgia, o Alzheimer e o lúpus. Com o lema “Se não houver cura, que ao menos haja conforto”, a mobilização durante o mês busca alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessas condições, que, embora não tenham cura, podem ser controladas e cujos sintomas podem ser atenuados, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

A médica reumatologista do Pilar Hospital, Dra. Roberta Zawadzki Bueno, explica que a fibromialgia (FM), em específico, é uma síndrome caracterizada por um quadro de dor musculoesquelética crônica generalizada e pelo aumento de sensibilidade em pontos específicos do corpo. Os sintomas também podem incluir fadiga intensa, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, transtornos de humor e síndrome do intestino irritável. Hoje, a condição afeta cerca de 2,5% da população mundial, sendo mais comum em mulheres e em pessoas entre 30 e 50 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

A instituição afirma que, embora os fatores que desencadeiam a fibromialgia ainda não sejam totalmente compreendidos, o quadro pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. Independentemente da causa, a especialista explica que não se trata de uma doença inflamatória nem autoimune. “Em vez disso, é considerada uma síndrome de amplificação da dor, causada por um desequilíbrio no sistema nervoso central. A dor intensa da fibromialgia é resultado de uma disfunção na percepção da dor, um fenômeno conhecido como sensibilização central”, complementa.

Na prática, é como se o corpo entendesse alguns sinais de forma exagerada. Por isso, muitas vezes, um toque leve ou mudanças bruscas de temperatura podem se tornar experiências dolorosas. Por esse motivo, o dia a dia do paciente passa a ser desafiador. Em sua experiência na área, a médica elenca o comprometimento das relações sociais e prejuízo no trabalho e no estudo como alguns dos principais impactos na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, ela reforça que fatores como o estresse emocional, a privação de sono e o sedentarismo podem piorar as dores.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, é realizado por meio da avaliação detalhada dos sintomas e do histórico médico do paciente, além de exames físicos para excluir outras doenças com sintomas semelhantes, como artrite reumatoide ou lúpus. Não existem exames laboratoriais ou de imagem que possam comprovar o diagnóstico, mas a identificação precoce dos sinais da doença pode ter um impacto significativo na vida do paciente.

Bueno cita entre os benefícios do diagnóstico precoce a prevenção de tratamentos inadequados, a melhora no controle da dor e dos sintomas associados e a possibilidade de realizar intervenções precoces, como exercícios físicos, terapia cognitivo-comportamental e mudanças no estilo de vida que podem reduzir a progressão da dor crônica.

Após a confirmação, o tratamento da fibromialgia é multidisciplinar, com foco no controle da dor, melhora do sono, redução da fadiga e na restauração da qualidade de vida. “O principal tratamento não medicamentoso é a realização de atividade física aeróbica (caminhadas, hidroginástica, pilates), além de, quando bem indicadas, a realização de fisioterapia e terapias complementares, como acupuntura, psicoterapia e ajuste na melhoria do sono. Já a abordagem medicamentosa, pode ser realizada através de uso de alguns antidepressivos, anticonvulsivantes, neuromoduladores e relaxantes musculares”, detalha a profissional.

Embora a fibromialgia não tenha cura, o acompanhamento adequado permite que os pacientes levem uma vida ativa e normal, com o controle dos sintomas e a adaptação do estilo de vida. A adesão a práticas diárias, como atividade física regular, uma alimentação equilibrada, controle do estresse e a adoção de uma rotina de sono saudável, são fundamentais para o manejo da doença. A reumatologista destaca ainda a importância do apoio de familiares e amigos, bem como da participação em grupos de apoio, para que os pacientes compartilhem experiências e encontrem conforto no convívio com outros que enfrentam a mesma condição.

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