
- Atualizado há 3 minutos
Odara Victor Moreira, jovem negra de 28 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro. O crime aconteceu na madrugada do dia 13 de dezembro, no apartamento que os dois dividiam, no bairro Portão, em Curitiba. Odara e o ex estavam divorciados desde o dia 5 de novembro e ela estava prestes a assinar o contrato da sua nova casa, para onde se mudaria dentro de um mês. A família e Coletivos de movimentos de mulheres negras estão convocando um ato em memória de Odara. A mobilização acontece no domingo, dia 21 de dezembro, às 10h, na Praça Santos Andrade, e deve pedir também a responsabilização do acusado.
Em depoimento à polícia, o suspeito contou que, na noite do crime Odara havia chegado ao apartamento com seu atual namorado, que se despediu dela na porta de casa e não chegou a entrar no apartamento. Apesar de ter conhecimento da atual relação de Odara, ele confirmou que os dois se desentenderam por esse motivo e tiveram uma breve discussão.
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A versão apresentada pelo acusado sustenta que, durante a madrugada, Odara teria entrado no quarto deeke e o atingido com golpes de faca enquanto ele dormia. Os dois teriam se envolvido em uma briga corporal que terminou com Odara morta com várias facadas. A versão é contestada pela família de Odara, que afirma que “ela era uma menina pequena e ele enorme, alto, ela não ia conseguir fazer nada com ele”.
Durante o depoimento, ao ser perguntado se tinha intenção de matar Odara, ele negou afirmando que “só queria acabar com a situação”. O acusado afirmou ter atingido Odara com quatro facadas, mas o laudo pericial mostrou que a vítima foi atingida mais vezes. O suspseito estava de viagem marcada para Toronto, no Canadá, no dia do crime, onde ficaria por duas semanas.
VÍTIMA
Odara trabalhava há seis anos na APP-Sindicato, onde exercia a função de Assistente Técnica na sede estadual, realizando atendimento aos sindicalizados. Chamada carinhosamente de “Darinha” pela família, Odara comemoraria 29 anos no dia 15 de dezembro.
O local de trabalho da jovem também é o espaço de atuação do pai do acusado, o que tem sido motivo de ações de movimentos de mulheres para que o caso não seja inviabilizado. O pai do suspeito tem uma longa trajetória dentro da entidade que Odara era funcionária, tendo atuado como presidente da APP e secretário de Assuntos Jurídicos.
DADOS
O feminicídio de Odara ocorre em um contexto alarmante de violência contra a mulher no Paraná. Apenas nos dez primeiros meses de 2025, o estado registrou 198.737 casos de violência contra mulheres, segundo o Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), o que equivale a uma média de 654 ocorrências por dia, um novo registro a cada dois minutos.
Entre janeiro e setembro de 2025, o foram 64 vítimas de feminicídio no Estado, conforme o Relatório Estatístico Criminal de Vítimas de Crimes Relativos à Morte