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Dirigiu na contramão /
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Familiares de casal morto em acidente bloqueiam BR-116 e pedem justiça: “Tinha que estar preso”

Manifestação durou cerca de duas horas e reuniu cerca de 200 pessoas, que fizeram uma passeata fixando placas por todo o trecho trafegado na contramão pelo motorista causador do acidente.
Amigos e familiares do casal morto na BR-116. Foto: Colaboração
Manifestação durou cerca de duas horas e reuniu cerca de 200 pessoas, que fizeram uma passeata fixando placas por todo o trecho trafegado na contramão pelo motorista causador do acidente.

Geovane Barreiro

04/11/23
às
12:25

- Atualizado há 1 ano

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Familiares e amigos de Alysson Moura, 29 anos, e Isabela Felipack, 19 anos, mortos em um grave acidente em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, bloquearam a BR-116, na manhã deste sábado (4), para pedir justiça. A manifestação durou cerca de duas horas e reuniu cerca de 200 pessoas, que fizeram uma passeata fixando placas por todo o trecho trafegado na contramão pelo motorista causador do acidente. A manifestação finalizou no Fórum de Fazenda Rio Grande.

Presentes na manifestação vestindo camiseta com foto do casal, os pais de Isabela, João e Sirlei Felipack, defendem que o motorista cometeu um assassinato. “Nossa filha estava cursando faculdade, tinha a vida toda pela frente. Mas, vem um assassino na contramão, isso é inaceitável. A justiça tem que tomar providência o mais rápido possível, a gente quer justiça. Isso foi um assassinato, dirigir cinco quilômetros na contramão. Estamos sofrendo muito”, lamenta o pai. “Cada dia que passa é pior, não temos nossa filha. Ela estava tão feliz”, completa a mãe de Isabela.

Isabela Felipack e Alysson Moura morreram no acidente (Foto: Reprodução/Instagram)

Contramão

Com a namorada Isabela no banco do passageiro, Alysson dirigia uma pick-up Strada e foi surpreendido por um Peugeot na contramão. O acidente aconteceu na madrugada do dia 20 de agosto, em um trecho de reta e neblina, na época. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o motorista do Peugeot, de 50 anos, dirigiu na contramão por cerca de cinco quilômetros.

Irmão e sócio de Alysson, Ewerton Moura, lamentou reunir tantas pessoas queridas para uma situação triste. “Nossa maior força é saber que tivemos comoção de muitos. Não é um acidente de trânsito, que envolve uma batida, alguns danos. Nessa situação, tirando duas vidas de pessoas que tinham sonhos… (choro). Poderíamos ter reunido toda essa gente para o casamento deles, um aniversário, por que reunir para pedir justiça?”, disse ele, que completa. “Não deveria (motorista) ter ido ao hospital, mas para a prisão direto”, diz Ewerton, bastante emocionado.

Placas

Ao longo da manifestação, amigos e familiares fixaram placas por todo o trecho trafegado na contramão pelo motorista causador do acidente. “A dor não passa e a saudade só aumenta”, diz a faixa levada pelos manifestantes. “Lutaremos por justiça até o fim”.

Placas fixadas. Foto: Fazenda FM 87.9/Colaboração
Familiares fixaram placas. Foto: Fazenda FM 87.9/Colaboração
Foto: Fazenda FM 87.9/Colaboração

A ex-deputada federal Christiane Yared, que perdeu o filho em um acidente de carro e tem o trânsito seguro como um dos motes políticos, estava na manifestação. “As estradas estão manchadas por sangue de inocentes. A pessoa resolve beber e dirigir. Um país que não educa, não fiscaliza e não pune. A gente observa que, se nós não nos unirmos, as coisas não vão acontecer, precisamos de mudança no Código Penal”, critica ela.

Três viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da concessionária que administra o trecho estavam no local e acompanharam a manifestação.

BR-116 ficou bloqueada durante manifestação. Foto: PRF

Acidente

O acidente ocorreu na madrugada do dia 20 de agosto. Alysson dirigia uma pick-up Strada e foi surpreendido por um Peugeot na contramão, segundo imagens de câmeras de segurança apreendidas pela Polícia Civil. Ele morreu na hora, enquanto a namorada, a jovem Isabela, chegou a ser internada, mas também não resistiu e morreu dois dias depois. A família doou os órgãos da jovem.

O motorista do Peugeot levava ainda outras duas pessoas dentro do carro, que também tiveram ferimentos. Segundo a polícia, havia bebida alcoólica dentro do carro, e testemunhas disseram que o homem estava em uma confraternização regada à bebida. Após a batida, o motorista foi socorrido e internado em um hospital. Lá, na época, policiais chegaram a tentar colher depoimento dele, mas o motorista preferiu ficar em silêncio.

Segundo a polícia, o motorista, que provocou o acidente, estava com a CNH e o licenciamento do veículo vencidos. Ele foi indiciado por duplo homicídio qualificado e lesão corporal, mas segue em liberdade.

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