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A família da criança de 11 anos que morreu na semana passada após cair de penhasco do Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul (RS), fazia a trilha sem o auxílio de um guia, o que é permitido no local, confirmou a concessionária do espaço, Urbia Cânions Verdes. Bianca Bernardon Zanella estava passeando com os pais e dois irmãos menores quando ocorreu o acidente. A família é de Curitiba (PR).
Assim como nos outros parques nacionais brasileiros, as trilhas do Parque Nacional da Serra Geral, onde fica o Cânion Fortaleza, são autoguiadas. Ou seja, não demandam a contratação de guia para visitação.
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“Turistas são orientados a adotarem as práticas adequadas para a atividade em meio às trilhas, sobretudo nas bordas dos Cânions. Placas sinalizam o caminho e alertam os visitantes ao longo do trajeto, sobre os riscos e as precauções que devem ser tomadas”, diz a Urbia.
Mas no site do parque nacional, controlado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), há um manual de “conduta consciente em ambientes naturais” que recomenda a contratação de guias por quem não tem experiência em trilhas. No documento, o instituto reforça que o visitante é responsável por sua segurança nesse tipo de ambiente.
“Caso você não tenha experiência de atividades recreativas em ambientes naturais, entre em contato com centros excursionistas, empresas de ecoturismo ou condutores de visitantes. Visitantes inexperientes podem causar grandes impactos sem perceber e correr riscos desnecessários”, afirma o instituto.
“O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar dias e causar grandes danos ao ambiente. Portanto, em primeiro lugar, não se arrisque sem necessidade”, alerta o ICMBio. O local é uma Unidade de Conservação ambiental, logo, não tem caráter primordial turístico, mas permite o acesso de visitantes.
Segundo Andrews Mohr, secretário de Turismo de Cambará do Sul, a família da menina havia parado para fazer um lanche próximo a um dos mirantes no momento do acidente. “A menina saiu correndo em direção ao penhasco do cânion. O pai tentou correr atrás dela, mas infelizmente não conseguiu salvá-la”, relatou Mohr.
O acidente aconteceu por volta das 13h da última quinta-feira, 10. Às 17h30, com auxílio de um drone, ela foi localizada a cerca de 70 metros de altura do ponto da queda. Os bombeiros chegaram até ela por volta das 23h, utilizando técnica de rapel, e a encontraram já morta.
As condições meteorológicas e de relevo não eram favoráveis para outro tipo de resgate, possivelmente mais rápido.