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A família do jovem morto por policiais, durante uma operação no bairro Parolin, em Curitiba, na manhã desta terça-feira (7), acredita que ele foi executado. Um vídeo (assista abaixo) registrado por moradores revela Yago Pires, de 18 anos, sendo arrastado por um policial militar, já coberto por sangue. A família rebate a versão de que ele morreu em confronto, oficialmente divulgado pela Polícia Militar do Paraná, e diz que ele foi espancado e executado. À imprensa, o coronel da PMPR Marcelo Roke Fávero afirma que os policiais agiram para ‘evitar que (ele) pegasse a arma e também para tentar salvar a vida do menino‘.
Pelas imagens (assista abaixo), o morador grava de uma janela a cena do jovem ensanguentado sendo arrastado pelos policiais. Ao fundo, gritos: “Não mata ele, não faça isso”. De acordo com informações da polícia, o rapaz teria reagido à abordagem dos policiais e acabou sendo baleado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
O vídeo dele sendo arrastado foi postado em um perfil que questiona algumas ações da segurança pública envolvendo negros e pobres. Nos comentários, diversos moradores do Parolin pedem paz na região e denunciam ações ilegais envolvendo policiais militares, segundo eles. Na postagem, a informação é de que Yago estava dormindo na casa da avó, quando a casa foi invadida por policiais. “Não houve confronto, como nunca há”, diz a postagem. “Para piorar, depois do assassinato policiais civis e militares seguiram invadindo casas e oprimindo moradores da região”, completa.
À imprensa, o coronel da PMPR Marcelo Roke Fávero rebate a família e diz que Yago portava uma pistola com seletor de rajadas, com carregador estendido, e enfrentou os policiais, no momento da abordagem “Ele disparou contra os policiais e, para preservar os policiais, houve a reação. Houve, inclusive a tentativa de salvar a vida desse menino. Existe um vídeo circulando onde mostra os policiais tentando puxar ele para fora. Ele está tentando, nesse momento, buscar a arma, inclusive, caçando a arma dele no meio das latinhas, e o policial está puxando ele pra fora já baleado, tentando tirar ele naquela situação para evitar que pegasse a arma e também para tentar salvar a vida do menino”, defende o coronel.
Até janeiro desse ano, Curitiba liderava o ranking do Estado com 98 confrontos que resultaram em 104 mortos e 19 feridos, segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR).
A ação, comandada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal, mobilizou dezenas de agentes e veículos em ruas e becos da região, conhecida pela atuação de facções criminosas. Ao todo, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a investigações sobre tráfico de drogas, porte ilegal de armas e monitoramento irregular de vias públicas.
Além disso, técnicos da Copel também participaram da ação para remover câmeras de segurança instaladas sem autorização – usadas, segundo a polícia, por criminosos para vigiar a movimentação de viaturas e equipes de segurança.
O Portal Nosso Dia entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SESP-PR) sobre a morte ocorrida durante a operação e aguarda retorno.