- Atualizado há 4 horas
Após reportagem do The Intercept Brasil acusar o vereador de Curitiba, Eder Borges (PL), de nepotismo por empregar a enteada como chefe de gabinete, com salário de R$ 17 mil, o parlamentar classificou a notícia como ‘fofoca e fake news’. Ele afirmou, durante sessão na Câmara Municipal nesta segunda-feira (5), que seu departamento jurídico já está atuando no caso.
“Já que fui provocado, venho aqui dizer, muito brevemente, que o meu jurídico já está atuando contra essas fake news desse blog de fofocas, The Intercept [Brasil], totalmente frágil, nada tem a ver. Por sinal, a Victoria está aqui me filmando, e foi questionada só porque é mulher e jovem, como se minha enteada fosse. Todo mundo sabe que ela trabalha, todo mundo sabe do trabalho do nosso gabinete. Eu não vou dar atenção, não vou fazer alarde, não vou dar palco a essas fofocas e fake news da esquerda”, defendeu-se, no início da sessão, o vereador Eder Borges, na Câmara de Curitiba.
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“[A esquerda] pretende, com isso, única e exclusivamente, cessar o debate. Quer bloquear as minhas falas e agora fica inventando fofoca barata. O meu jurídico está atuando e nos manifestaremos, oportunamente, nos autos. Eu não devo satisfação para esquerdista. Agora, ver esquerdista cobrando moralidade, é pra acabar, né, minha gente”, disse Borges, concluindo seu pronunciamento sobre o caso. A fala foi transmitida ao vivo pelo canal da CMC no YouTube e registrada, em plenário, pela sua chefe de gabinete, citada na reportagem do The Intercept Brasil.
Vereadoras pedem investigação
Nesta segunda-feira, quatro vereadoras pediram, nesta segunda-feira (5) que a Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) investigue o mandato de Eder Borges (PL). “Se as denúncias forem confirmadas, são de extrema gravidade. Que os fatos sejam apurados pelas instâncias competentes”, afirmou a vereadora Professora Angela (PSOL), que foi a primeira a se referir à reportagem do The Intercept Brasil na sessão plenária desta segunda-feira. Ela ponderou que as notícias “não podem ser ignoradas” e que a “preservação da dignidade da Casa” estava em jogo com a história. “Ninguém está imputando crime a ninguém, mas a gente tem o dever de apurar os fatos”, complementou Camilla Gonda (PSB), segunda-vice-corregedora da CMC.
Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) confirmou que representará formalmente contra Eder Borges neste caso, tanto na Corregedoria da Câmara de Curitiba, quanto no Ministério Público do Paraná. “Tenho a convicção que quem age com integridade não deve temer as apurações. Há indícios de possível prática de nepotismo e de mau uso de verba pública”, frisou a vereadora. No caso, a reportagem diz que Eder Borges namora Andreia Gois Maciel, que ela se apresentava como assessora do mandato enquanto era comissionada do Instituto Municipal de Turismo, e que é a mãe de Victoria Maciel de Almeida, atual chefe de gabinete do vereador.
“É uma vergonha o que a gente está passando. A Casa precisa tomar uma decisão séria, de investigação”, concordou Vanda de Assis (PT), para quem o caso põe em dúvida a relação entre Legislativo e Executivo, na medida que “[Andreia tinha] cargo comissionado na prefeitura]. Nosso papel é fiscalizar, mas será que essa Casa vai conseguir investigar, somos autônomos para fazer isso?”, questionou a parlamentar. As parlamentares destacaram a repercussão local do caso, no jornal Plural, e cobraram manifestações dos demais vereadores. Hoje, Eder Borges utilizou o Pequeno Expediente para rebater as acusações.