- Atualizado há 3 anos
Chegou ao fim depois de 30 anos o mistério sobre o desaparecimento do menino Leandro Bossi, que no dia 15 de fevereiro de 1992 sumiu em Guaratuba, no Litoral do Paraná. Uma ossada no banco de dados da Polícia Científica do Paraná foi identificada como sendo do garoto, depois de um exame de DNA com o material genético da mãe dele.
A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP-PR), que não soube informar quando a ossada foi encontrada. Vale lembrar que restos mortais encontrados em março de 1993 tinham as roupas dele, entretanto, à época, foram identificados como sendo uma menina. A SESP-PR disse que não é possível, neste momento, confirmar se a ossada que deu resultado positivo é essa.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Vagner Mesquita, disse que neste momento a Polícia Civil solicitou cópia do inquérito policial para saber qual ossada deu resultado positivo, já que outros exames, feitos com tecnologias mais arcaicas, não apontaram que as ossadas localizadas eram do garoto.
“Todo material que é coletado fica com a Polícia Civil. São situações diferentes, não tem como adiantar qual é a ossada. Primeiro, nosso trabalho objetivo, é finalizar a questão da criança desaparecida. Agora, vamos solicitar no inquérito, de 30 anos atrás, que está arquivado no Ministério Público. Essa informação consta no inquérito, mas está arquivado, essa resposta vai ser respondida, com base nisso, no futuro”, explicou o secretário.
A delegada chefe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Patrícia Nobre, salientou que são 26 crianças desaparecidas no Paraná e que o trabalho da especializada vai se adaptando conforme surgem novas tecnologias. “Há novos recursos e pedimos novos exames, que hoje são mais complexos, e que deram compatibilidade com a amostra do Leandro Bossi. As respostas sobre qual ossada é essa, não podemos falar hoje sobre isso”, afirmou a delegada.
O desaparecimento
Leandro não foi mais visto quando tinha sete anos, um pouco antes do desaparecimento de Evandro Ramos, que também aconteceu na cidade litorânea e ganhou repercussão nacional e virou a série ‘Caso Evandro’ no Globoplay.
Leandro era um menino de olhos azuis, pele branca e que morava com os pais em Guaratuba. Ele desapareceu em 15 de fevereiro de 1992. A última informação do paradeiro dele foi em um show do cantor Moraes Moreira, que acontecia na praia central da cidade. A mãe dele, Paulina Bossi, trabalhava em um hotel da cidade, enquanto o pai, João Bossi, pescava em alto mar, quando o menino sumiu.
O pai de Leandro morreu em abril de 2021. Em entrevista ao seriado ‘Caso Evandro’, em um episódio sobre o desaparecimento do filho, afirmou que ainda tinha esperanças de encontrá-lo vivo, dizendo que entenderia se ele tivesse vivendo em um lugar melhor, deixando de lado a ‘pobreza do pai’. João morreu sem saber o que aconteceu com o Leandro.