- Atualizado há 11 segundos
O interrogatório da ex-nora do humorista Marcelo Alves, de 40 anos, preso pelo assassinato de Raíssa Suellen Ferreira, de 23 anos, aponta que ele e o filho, Dhony de Assis, 27 anos, estavam tranquilos após o crime e de terem ocultado o corpo da jovem em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, mas isso mudou quando a Polícia Civil entrou no caso. Segundo ela, apenas ao ser intimado na sexta-feira, dia 6 de junho, quatro dias após o crime, Dhony e Marcelo aparentaram nervosismo e, no domingo, 8 de junho, choraram na véspera de irem à delegacia.
Segundo o depoimento, inicialmente nem Dhony nem Marcelo demonstraram arrependimentos. “A depoente afirmou que, mesmo diante do desaparecimento de Raíssa, tanto Marcelo quanto Dhony demonstravam comportamento tranquilo, sem aparentar qualquer preocupação. Informou que, na quinta-feira, Dhony comentou estar preocupado com o pai, mas afirmou que não interromperia sua vida por conta de Raíssa, tampouco acreditava que Marcelo devesse fazê-lo. Já na sexta-feira, Dhony recebeu uma intimação para comparecimento à delegacia. No domingo, véspera do depoimento à autoridade policial, tanto Marcelo quanto Dhony choraram”, diz trecho do depoimento, que faz parte do indiciamento de Marcelo por feminicídio e ocultação de cadáver.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
De acordo com depoimento, a jovem perguntou a Marcelo o que havia acontecido com Raíssa, quando ele mentiu e disse se tratar de um acidente. “Marcelo relatou que se tratava de um acidente. Segundo sua versão, Raíssa A teria se insinuado para ele e mostrado os seios, o que o deixou nervoso. Em seguida, ele a empurrou, momento em que ela caiu e bateu a cabeça — fato que teria ocorrido na área externa da casa. A jovem afirmou que, ao longo da semana, tanto Marcelo quanto Dhony mentiram para todos, mantendo uma postura aparentemente normal, sem demonstrações de arrependimento”, afirmou a ex-nora.
Ainda no depoimento, a jovem disse que, na sua percepção, as lágrimas de ambos no domingo não representavam culpa, mas sim o receio do iminente comparecimento à delegacia. “Afirmou que, caso Marcelo não se apresentasse à polícia, ela mesma faria a denúncia. A jovem declarou que, na véspera de seu depoimento, advogados de defesa de Marcelo e Dhony teriam feito contato, orientando-a a não prestar declarações à autoridade policial”, concluiu.
Dhony preso novamente
Dhony foi preso novamente nesta quarta-feira pelo crime. Inicialmente, ele foi detido por ocultação de cadáver, pagou fiança de R$ 500 e respondia em liberdade. Agora, a prisão ocorre após novas diligências e novidades na investigação da Polícia Civil. Alves confessou ter assassinado Raíssa, ambos naturais de Paulo Afonso, na Bahia. À policia, ele disse que mantinha um sentimento amoroso por ela e que, ao se declarar, foi ofendido, e acabou a matando. A versão dada pelos dois – pai e filho – está sendo investigada.
De acordo com as informações obtidas pelo Portal Nosso Dia, o filho de Alves foi preso nesta quarta-feira (18) de maneira temporária. De maneira inicial, Dhony estava sendo investigado – e réu confesso – por ocultação de cadáver. Para a polícia, o filho de Alves dizia que tinha apenas dirigido o carro até o local onde o corpo de Raíssa foi enterrado e posteriormente encontrado. No entanto, novas diligências, somadas a outros depoimentos, mostram que Dhony pode ter participação ativa na morte da jovem Raíssa.
Na última semana, logo após deixar a delegacia com pagamento de fiança, Dhony pediu desculpas, garantiu que não ajudou Marcelo a matar Raíssa e que agiu com o coração ao ocultar o cadáver, já que era um pedido do pai. “Eu estou aqui para me desculpar pelo o que eu fiz. Não tive participação no homicídio. O meu erro maior foi ter deixado meu coração agir no lugar da razão”, disse.
Segundo o advogado de defesa, Caio Percival, Dhony está colaborando com as investigações e vai responder à Justiça no rigor da lei. “Com muita coragem, ele está arrependido no que fez e não tem participação no homicídio. Tem participação na ocultação do cadáver e quer pagar nos rigores da lei. Foi um apelo do pai, não de um estranho que estava passando na rua. A razão ficou suspensa, é disso que se trata”, afirmou o advogado, no dia em questão.
Ao Portal Nosso Dia, o advogado da família de Raíssa, Leonardo Mestre, afirmou por meio de nota que ‘a família da jovem Raissa segue acompanhando de perto as investigações e confia no trabalho técnico da Polícia Civil do Paraná. Apesar da confissão dos envolvidos, há indícios de omissões sobre circunstâncias e participações no crime. Seguiremos atentos, em busca de justiça’.
Também, o Portal Nosso Dia entrou em contato com Caio Percival, advogado de Dhony, sobre a prisão do jovem e aguarda retorno.
