- Atualizado há 2 dias
Um estudante de Biomedicina, de 21 anos, é investigado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) por suspeita de exercer ilegalmente a medicina e causar a morte de uma mulher de 66 anos após realizar procedimentos estéticos em clínicas de Curitiba. O jovem, que se apresentava como biomédico e dentista, teria provocado complicações graves na paciente, que morreu em decorrência de infecção generalizada.
A ação policial foi deflagrada nesta quarta-feira (8) e contou com o apoio da Vigilância Sanitária (VISA) e do Conselho Regional de Medicina (CRM). Durante as diligências, foram apreendidas seringas, medicamentos e materiais utilizados em procedimentos estéticos, todos encontrados em locais que funcionavam sem a devida autorização para práticas médicas ou biomédicas.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
Segundo a PCPR, o estudante anunciava seus serviços nas redes sociais, onde divulgava fotos e vídeos de supostos atendimentos, oferecendo procedimentos como preenchimento labial e aplicação de estimuladores de colágeno, atraindo clientes com valores abaixo dos praticados no mercado.
De acordo com a delegada Aline Manzatto, a investigação teve início após uma denúncia encaminhada pelo Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), que constatou que o investigado não possuía registro profissional. Em maio deste ano, ele teria atendido uma mulher de 66 anos, apresentando-se falsamente como dentista e biomédico.
Durante o atendimento, o jovem realizou diversos procedimentos invasivos, entre eles aplicações de plasma facial, lipo de papada e lipoenxertia nos seios. Os serviços ocorreram em clínicas localizadas nos bairros Centro, Campo Comprido e Cabral, todas em Curitiba.
Após os procedimentos, a vítima passou a apresentar fortes dores e inflamações nas regiões tratadas. O quadro se agravou rapidamente, e ela precisou ser internada. Segundo o laudo médico, as complicações resultaram em um choque séptico, uma infecção grave causada por bactérias, que levou à morte da paciente no dia 2 de outubro.
“Este último procedimento resultou em complicações que levaram a vítima a óbito em decorrência de infecção de pele e partes moles”, explicou a delegada Aline Manzatto.
Antes de falecer, a mulher ainda foi submetida a uma cirurgia de emergência, uma mastectomia total, com retirada completa das mamas e parte do tecido do tórax, para tentar conter a infecção, mas não resistiu.
O estudante foi indiciado pelo crime de exercício ilegal da medicina e também prestou depoimento sobre o homicídio doloso, já que, segundo a polícia, ele assumiu o risco de causar a morte ao realizar intervenções cirúrgicas em local inadequado e sem habilitação profissional.
As investigações seguem em andamento. Caso seja condenado, o suspeito poderá pegar até 30 anos de prisão.
A PCPR reforçou que a população deve denunciar práticas suspeitas de procedimentos estéticos ilegais, especialmente aqueles realizados fora de clínicas devidamente registradas ou por pessoas sem formação e autorização profissional.
O espaço para a defesa do jovem está aberta caso queira se manifestar.