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Quatro escolas brasileiras, uma delas de Curitiba, foram nomeadas entre os 50 finalistas do Prêmio de Melhor Escola do Mundo 2025 (World’s Best School Prizes 2025). O objetivo da premiação é compartilhar e reconhecer as melhores práticas de escolas que “estão mudando vidas em suas salas de aula e muito além de seus muros”.
O Brasil é o país que possui o maior número de indicações para o prêmio, junto com a Índia e Reino Unido. O colégio de Curitiba é o Colégio Sesi da Indústria Portão.
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São cinco categorias, cada uma com dez escolas nomeadas:
– Colaboração comunitária
– Ação ambiental
– Inovação
– Superação de adversidades
– Apoio a vidas saudáveis
A escolha dos vencedores será feita por uma banca de juízes especialistas em educação básica.
Além disso, há uma categoria extra, que receberá o prêmio de melhor escola da comunidade por meio de votação pública. Pode receber indicação qualquer escola de qualquer lugar do mundo.
Os finalistas serão convidados para a Cúpula Mundial de Escolas em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, de 15 a 16 de novembro, onde compartilharão suas melhores práticas e conhecimentos e experiências únicas com formuladores de políticas e figuras importantes da educação global.
Os seis vencedores serão anunciados em outubro.
Conheça as escolas brasileiras nomeadas
Colégio Sesi da Indústria Portão
Uma creche independente em Curitiba, Paraná, “está transformando a forma como as crianças abordam, descobrem e vivenciam a nutrição” por meio de seu projeto de alimentação consciente, Momento com a Nutri, que incentiva os alunos a explorar a comida de forma lúdica, da horta à cozinha. A escola foi nomeada entre os finalistas da categoria apoiar vidas saudáveis.
“Durante a fase de introdução de alimentos no início da aprendizagem, muitas crianças tornam-se exigentes ou sensíveis a comer, muitas vezes com medo ou resistentes a experimentar coisas novas, o que pode ter um impacto ao longo da vida em sua relação com a comida. Para criar um ambiente onde nada é forçado, e as crianças têm curiosidade em experimentar novos alimentos, na sala de aula e em casa, o projeto cria uma relação íntima de conexão e experimentação que torna o ato de comer natural e prazeroso”, explica a escola.
Para garantir que o projeto fosse pedagogicamente envolvente, uma nutricionista colaborou com os professores para desenvolver quatro etapas essenciais para que as crianças construíssem uma relação com a comida:
1 – levar as crianças para fora da sala de aula para uma horta, onde exploram o solo e colhem e limpam os vegetais;
2 – trazer os vegetais colhidos para a sala de aula para atividades lúdicas ou educativas sem a obrigação de provar nada, incluindo contação de histórias, atividades em papel e experimentos
exploração sensorial prática, onde as crianças aprendem sobre os alimentos em sua forma natural tocando, cheirando e observando cores e formas;
4 – preparo de receitas saudáveis do zero, o que aumenta a curiosidade e a aceitação dos alimentos.
“Hábitos para toda a vida estão sendo formados e os pais começaram a solicitar receitas, mostrando que a iniciativa está tendo um impacto claro em casa. As crianças estão mais confiantes, há mais colaboração e trabalho em equipe na sala de aula e uma maior consciência do ciclo alimentar e da importância de reduzir o desperdício”, diz a escola.
Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint-Hilaire
Uma escola pública de educação infantil e primária em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, está entre as dez finalistas da categoria de superação de adversidades por “romper os tabus associados à violência contra meninas e à pobreza menstrual” por meio de seu projeto Em Busca dos Jardins.
A escola está localizada na Vila Panorama, uma comunidade rural na periferia de Porto Alegre, “onde a insegurança alimentar muitas vezes faz com que as crianças fiquem sem uma refeição diária”, segundo a própria escola. “A área também enfrenta uma crise de violência de gênero com um dos maiores números de agressões sexuais na região, juntamente com uma crise de saúde das mulheres. Isso está tendo um impacto negativo na educação, com muitas meninas abandonando completamente a escolaridade.”
Com os alunos como protagonistas, o projeto Em Busca dos Jardins incentivou mais de 300 crianças a denunciarem a violência sexual somente em 2024. Os alunos escreveram um livro motivando as crianças a denunciar a violência sexual e criaram uma bolsa pedagógica com as ferramentas para ajudar e incentivar os professores a abordar o tema nas salas de aula.
O Programa Saúde Escolar, o Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e a Assessoria de Direitos Humanos e Relações Étnico-raciais reconheceram formalmente a metodologia como referência no campo educacional.
Escola Estadual Parque dos Sonhos
Escola primária pública em Cubatão, São Paulo, “está mudando a realidade de estudantes marginalizados como um centro de paz em uma área assolada pela violência”, diz a escola que está concorrendo ao prêmio na categoria superação de adversidades.
Atendendo a um complexo habitacional de baixa renda no município de Cubatão, “uma área altamente vulnerável caracterizada pela violência e vandalismo, os alunos historicamente abandonaram seus estudos devido à criminalidade, desafios com infraestrutura básica e falta de engajamento dos professores e da comunidade em geral”, segundo a instituição.
Para combater isso, a escola mudou sua abordagem pedagógica para inserir princípios humanistas e não-violência como metodologia de ação, e atividades extracurriculares para catalisar a conexão
Os alunos podem participar de eventos esportivos reconhecidos em toda a região, projetos culturais como teatro e dança e iniciativas sociais e de não violência que impactam a comunidade em geral.
No projeto A Escola Vai Para Sua Casa, os professores visitam as casas dos alunos para compartilhar a visão e os planos da escola com suas famílias e preencher a lacuna entre a escola e a comunidade.
Desde a implementação do modelo de aprendizagem, a taxa de matrícula de alunos aumentou 500%, segundo a escola, e mais de 20 escolas da região adotaram iniciativas desenvolvidas pela instituição.
Escola COC São Luís
Escola secundária independente em São Luís, Maranhão, lidera um modelo de aprendizagem que integra o Educa2030 (um projeto global de inovação educacional, alfabetização digital e experiências de aprendizagem inclusivas) em seu currículo para reduzir a exclusão digital, capacitar os alunos para um mercado de trabalho técnico e transformar as comunidades locais. A escola concorre ao prêmio de colaboração comunitária.
Liderado por alunos e professores do COC São Luís, o modelo inclui iniciativas de aprendizagem de habilidades em inteligência artificial (IA), STEAM (acrônimo em inglês para as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e alfabetização digital com ênfase em liderança, criatividade e impacto social voltado para alunos de escolas públicas de escolas comunitárias locais.
O impacto da escola foi reconhecido nacional e internacionalmente por organizações como Unesco, UNICEF e o Pacto Global da ONU.l pq