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Enfermagem de Curitiba inicia greve pelo piso: “O sentimento é de revolta”

Profissionais ouvidas pelo Portal Nosso Dia durante a manifestação, que aconteceu na região central da capital, também reclamaram de desvalorização profissional
Enfermagem de Curitiba realiza manifestação nesta quinta-feira (Foto: Geovane Barreiro - Nosso Dia)
Profissionais ouvidas pelo Portal Nosso Dia durante a manifestação, que aconteceu na região central da capital, também reclamaram de desvalorização profissional

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro

29/06/23
às
11:36

- Atualizado há 2 anos

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Profissionais de enfermagem de Curitiba iniciaram, na manhã desta quinta-feira (29), uma greve para pedir o pagamento do piso salarial da categoria. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento sobre o tema e os ministros têm até sexta-feira (30) para votar e encerrá-lo. O sentimento das enfermeiras ouvidas pelo Portal Nosso Dia durante a manifestação, que a aconteceu na região central da capital, era de revolta e desvalorização profissional.

Por uma decisão judicial, apenas 5% da categoria pôde aderir à greve, mas o grupo de enfermeiros, representado pelo Sindesc (Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde de Curitiba), se mostrou com força para cobrar o pagamento do piso, que chegou a ser sancionado pelo Governo Federal.

Presente na manifestação, a enfermeira Brenda Soares, de 23 anos, que está na profissão há três, disse que o sentimento é de revolta. “Depois de tudo o que passamos na pandemia, não tivemos a devida varolização. O que a gente fez na pandemia, ninguém mais fez. A gente tem sobrecarga de trabalho, trabalha em dois hospitais e não é fácil”, desabafou ao Portal Nosso Dia.

A enfermeira Francisneri de Andrade, que tem onze anos de enfermagem, destacou ao Nosso Dia o sentimento de injustiça dos profissionais. “Os ministros ficam pedindo mais tempo e ficam adiando. Estão fazendo de tudo para que a gente não ganhe. São instituições grandes que querem prejudicar a enfermagem. Não queremos nada além do nosso direito”, disse.

A presidente do Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves, afirmou ao Nosso Dia que a mobilização é nacional e por tempo indeterminado. “Estamos na perspectiva que o STF nos escute e vote pelo piso integral aos enfermeiros. Houve pedidos de vista e estamos desde o ano passado esperando. O piso se tornou lei e foi suspenso, teve alteração na própria lei e a gente está na iminência de perder o nosso piso nacional e precisamos nos mobilizar”, afirmou.

Manifestação na região central de Curitiba (Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)

Pressão do setor privado

Segundo a sindicalista, há uma pressão muito grande do setor privado para o não pagamento do piso. “A explicação é que o setor privado está pressionando, afirmando que se houver o pagamento alguns setores iriam falir, mas a gente sabe que isso não é verdade. No setor público e rede filantrópica, já há um valor do Governo Federal para isso, mas no privado se tem essa pressão para que não seja aprovado”, destacou.

Conforme Isabel Cristina, são 15 mil enfermeiros representados pelo Sindesc e o movimento não conta com uma adesão tão grande justamente pela decisão judicial que impede um número maior de 5% de trabalhadores. “Foi dada essa margem de adesão e, por isso, temos, uma greve esvaziada. Estamos na luta e vamos continuar, pensando em novas alternativas. Contamos também com o apoio da população para cobrar”, concluiu.

Além da manifestação no Centro, o Sindesc realizou piquetes nos diversos hospitais da capital e Região Metropolitana.

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