- Atualizado há 4 horas
Em apenas seis meses, o Paraná já teve em 2025 mais mortes por doença meningocócica (meningite) que em todo o ano passado. O alerta é da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), após verificar um aumento significativo de casos e óbitos provocados pela doença meningocócica. O comunicado foi enviado às 22 Regionais de Saúde, responsáveis por orientar os 399 municípios sobre medidas de prevenção, vigilância e assistência.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre janeiro e 21 de junho de 2025 (Semana Epidemiológica 25), foram registrados 22 casos confirmados e seis óbitos pela doença. No mesmo período do ano passado, foram 11 casos e nenhum óbito. Em todo o ano de 2024, o Estado contabilizou 33 casos e quatro mortes.
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Os casos desse ano foram registrados em Ponta Grossa (4), Curitiba (3), Paranaguá, Campina Grande do Sul, Fazenda Rio Grande, Araucária, General Carneiro, Palmas, São Jorge D Oeste, Cascavel, Três Barras, Céu Azul, Cianorte, Apucarana, Londrina, Wenceslau Braz e Jacarezinho.
As mortes de 2025 ocorreram nos municípios de Ponta Grossa (dois homens, de 2 e 59 anos), Curitiba (homem de 32 anos), São Jorge D’Oeste (mulher de 48 anos), Céu Azul (mulher de 49 anos) e Wenceslau Braz (homem de 84 anos). Entre os óbitos, dois foram provocados pelo sorogrupo C, dois pelo sorogrupo B e dois não foi possível realizar a identificação do surogrupo.
A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis e pode provocar quadros graves como meningite e meningococcemia. Por seu alto potencial de transmissão, letalidade e gravidade das sequelas especialmente em crianças, é considerada um problema de saúde pública.
“A vacinação é a principal ferramenta para prevenir as formas mais graves da meningite. Quem passou por isso na família sabe a dificuldade que é tratar, por isso contamos com todas as famílias do Paraná para darmos essa demonstração de ciência, saúde e vida, vacinando as nossas crianças e protegendo ainda mais a população paranaense”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina meningocócica C (conjugada) para crianças a partir de três meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. A partir de julho de 2025, o reforço aplicado aos 12 meses de idade passará a ser feito com a vacina meningocócica ACWY, que amplia a proteção também contra os sorogrupos A, W e Y, conforme já confirmado pela Sesa.
Em 2024, a cobertura vacinal no Estado foi de 91,56% na primeira dose (menores de 1 ano) e de 92,94% na dose de reforço (12 meses), abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.
Além da vacinação, a secretaria orienta que a população adote medidas de prevenção, como manter ambientes bem ventilados, higienizar frequentemente as mãos, evitar aglomerações em locais fechados e não compartilhar objetos de uso pessoal. Também é fundamental que a população esteja atenta aos sintomas da doença — como febre, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez de nuca, confusão mental e erupções cutâneas (petéquias) — e procure imediatamente um serviço de saúde ao primeiro sinal de alerta.
Para os profissionais de saúde, a recomendação é redobrar a atenção para o diagnóstico precoce e adoção imediata de medidas de isolamento e tratamento, além da notificação obrigatória de casos suspeitos ou confirmados em até 24 horas. A Sesa também reforça a necessidade de coleta de amostras clínicas adequadas e a avaliação de contatos com casos suspeitos para possível quimioprofilaxia, conforme diretrizes do Ministério da Saúde.
*Com informações da AEN