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Em projeto idealizado pela 1° dama, produtoras de seda do Paraná são premiadas com viagem para a França

Diovane Plep Machado Moro e Maria Rosa Pires de Sousa foram as vencedoras do Concurso Seda Paraná, iniciativa inédita promovida pelo Governo do Estado para valorizar as mulheres envolvidas na cadeia da sericicultura
Cerimônia de premiação do Concurso da Seda Paraná 2025. Ao centro,primeira-dama Luciana Saito Massa Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Diovane Plep Machado Moro e Maria Rosa Pires de Sousa foram as vencedoras do Concurso Seda Paraná, iniciativa inédita promovida pelo Governo do Estado para valorizar as mulheres envolvidas na cadeia da sericicultura

Redação com AEN

12/08/25
às
14:59

- Atualizado há 4 horas

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As agricultoras Diovane Plep Machado Moro e Maria Rosa Pires de Sousa moram em Palmital e Godoy Moreira, mas já podem começar a arrumar as malas para carimbar o passaporte na França. As produtoras de bicho-da-seda foram as vencedoras do Concurso Seda Paraná, iniciativa inédita promovida pelo Governo do Estado para valorizar as mulheres envolvidas na cadeia da sericicultura. Como prêmio, elas vão representar o Paraná no Festival da Seda de Lyon, principal evento do setor, que acontece em novembro na cidade francesa.

O projeto é idealizado pela primeira-dama Luciana Saito Massa, que ressaltou que a iniciativa também busca incentivar a produção de seda no Paraná, já que é uma atividade rentável e sustentável, principalmente para as mulheres do campo. “Tive a oportunidade de visitar o Festival da Seda e, ao ver de perto esse trabalho, pensei que as produtoras paranaenses também deveriam participar desse evento. Porque é o trabalho diário delas que faz com que a seda do Paraná seja transformada em verdadeiras obras de arte. É orgulho ver que as mulheres estão à frente dessa produção”, disse.

O Paraná é o maior produtor de fio de seda do Brasil, responsável por 86% da produção nacional, que é exportada a países como França, Itália, Índia, Japão e China. A matéria-prima paranaense é utilizada inclusive por grandes grifes, como a francesa Hermès. No ano passado, o Valor Bruto da Produção (VBP) atingiu R$ 44,4 milhões, com a produção de 1,35 mil toneladas de casulos e 2.460 hectares de amoreiras plantadas.

“86% da seda produzida no Brasil sai do Paraná. Neste projeto temos que destacar a importância da participação da primeira dama que encabeça esse projeto importante, com agora duas agricultoras que vão nos representar na França. Queremos dar visibilidade a esse setor tão importante da economia paranaense. Nossa função é melhorar a renda do produtor, que tem uma industria ao céu aberto. Levar condição de que tenha vontade de ficar no campo”, destacou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.

Primeira-dama Luciana Saito Massa Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Agricultoras premiadas

“Nunca imaginei que chegaria aqui, só por estar entre as 10 finalistas já era uma alegria. Então imagina ganhar, é uma felicidade enorme, nunca tinha passado por essa alegria na minha vida. Agora vou poder ver o quanto o nosso trabalho é valorizado”, afirmou Diovane, que começou na atividade junto com o pai, há 13 anos.

“A emoção é muito grande, jamais imaginei que ia chegar até aqui. A hora que vi meu nome nem acreditei, deu uma vontade de chorar e de gritar”, disse Maria Rosa, há dois anos na produção.

Ao todo, 430 produtoras de 80 cidades se inscreveram no concurso, promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e o Gabinete da Primeira-Dama. Entre estas, 10 finalistas foram selecionadas. As vencedoras foram conhecidas nesta terça-feira (12), em evento no Palácio Iguaçu. Os principais critérios para a seleção foi o volume de produção de casulos de primeira por área de amoreira – árvore cujas as folhas são utilizadas para a alimentação do bicho-da-seda – e o teor da seda produzida.

AGRICULTURA FAMILIAR – O trabalho de criação de bicho-da-seda é feito principalmente por agricultores familiares, envolvendo cerca de mil famílias de 184 cidades paranaenses. A sericicultura tem se mostrado uma importante alternativa de diversificação de renda, com as mulheres desempenhando um papel central nesse processo.

    É o caso de Diovani, que acompanha desde os 12 anos de idade a criação de bicho-da-seda. A atividade, que começou com o pai, agora é dividida com o marido. “A gente mexe só com isso, se dedica, é um trabalho tranquilo. Mas agora que a gente vai até a França, vai ser a oportunidade para amadurecer e crescer com a cultura”, destacou. “E eu digo para todas as mulheres que continuem firme, com fé e coragem”.

    Maria Rosa viu na sericicultura a oportunidade de trabalhar de casa e acompanhar o crescimento do filho. “Acordo todo dia cedo, corto amora, alimento os bichos e ainda tenho tempo para cuidar da casa. Meu pai mexeu antigamente com bicho-da-seda e eu escolhi retomar porque estava dando renda e eu teria tempo de ficar com meu filho e cuidar do serviço de casa. Não precisava sair para trabalhar fora e podia ver meu filho crescer”, afirmou. “Estou muito feliz, acredito que fui uma das premiadas porque cuido com muito amor, porque assim você pode evoluir cada vez mais.

    SEDA PARANÁ – O Governo do Paraná desenvolve o programa Seda Paraná, que tem como objetivo promover e estimular a produção de seda, valorizando especialmente o trabalho das mulheres na sericicultura. O programa busca o fortalecimento da atividade, com apoio aos produtores e o redesenho do processo de produção e fabricação, envolvendo pesquisas para melhorar a produtividade.

    O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance, explicou que a proposta é garantir um ambiente para dar continuidade à atividade no Estado. “O Paraná produz hoje uma das melhores sedas do mundo e quer manter isso. Por isso fazemos um esforço para manter acesa essa chama, já que envolve famílias de agricultores que têm na seda sua atividade principal, que gera renda e qualidade de vida”, afirmou.

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