- Atualizado há 3 anos
O ex-juiz Sérgio Moro (União) usou o debate promovido pela Band TV, na noite deste sábado (17), com os candidatos a senador pelo Paraná para tentar se aproximar de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, ambos têm um “adversário em comum”: o PT.
“Jamais estarei ao lado do PT. Eu e Bolsonaro temos um adversário em comum nessas eleições. Me preocupa a volta do PT e do Lula com todos aqueles escândalos de corrupção desvendados e desmantelados pela Operação Lava Jato. A Petrobras conseguiu recuperar este ano, graças à Lava Jato, cerca de R$ 6 bilhões”, respondeu Moro a Laerson Matias (PSOL).
Com a fala sobre Bolsonaro, logo no primeiro bloco, o candidato ao Senado pelo União Brasil – partido que apoia nacionalmente o atual presidente à reeleição – passou a ser alvo de ataques tanto da direita quanto da esquerda.
Desiree Salgado (PDT) acusou Moro de ter ‘leitura seletiva’, já que condena e apoia políticos com envolvimento em escândalos de corrupção.
“Você fala em recuperação de valores em Lava Jato, mas não fala dos cadáveres que a operação fez. Não fala das prisões indevidas e do desrespeito das regras do jogo que causaram a anulação de todos os processos. O senhor não tem só seu próprio Processo Penal, o senhor tem também sua própria visão da história”, disse ela.
“O senhor está apoiando um candidato à reeleição que está envolvido em vários escândalos de corrupção, inclusive com compras de imóveis em dinheiro vivo aquela forma como os traficantes compram imóveis. Como o senhor tem coragem de fazer esse discurso, ou melhor, explique para a sociedade paranaense de fato com todas as letras qual é essa sua leitura tão peculiar do que seja corrupção que vale só para um lado das forças, não vale para outro espectro da política, ou melhor, que só vale quando lhe beneficia”, disparou.
Do outro lado, Moro citou seu trabalho na Lava-Jato, que teve referência mundial, segundo ele. No entanto, ele não se defendeu das acusações.
Já o candidato bolsonarista Paulo Martins (PL) disse que Moro traiu Jair Bolsonaro, isso depois de sair do governom, onde foi ministro, e acusar o presidente de tentar interferir na Polícia Federal. “O senhor traiu a confiança do presidente, denunciou interferências na PF e vazou conversas privadas de quem você foi padrinho de casamento”, acusou Martins. “Qual garantia tem o povo paranaense que o senhor não vai trair o Paraná?”.
Tanto Álvaro Dias (PODE), que aparece na frente na maior parte das pesquisas estimuladas, quanto Moro evitaram confronto direto. Mais tranquilo, Dias disse que pretende contribuir com o desenvolvimento do Brasil e com o presidente ‘seja ele quem for’. O ex-juiz acabou sendo o principal alvo durante o debate.
Participaram do debate: Sergio Moro (União), Álvaro Dias (PODE), Paulo Martins (PL), Aline Sluetjes (Pros), Desiree Salgado (PDT), Laerson (PSOL), Rosane Ferreira (PV) e Orlando Pessuti (MDB).