- Atualizado há 7 meses
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Os professores do Paraná decidiram pelo fim da paralisação que já durava três dias, durante assembleia promovida pela APP Sindicato, na noite desta quarta-feira (6). Os trabalhadores optaram pela manutenção do estado de greve pelo menos até o próximo dia 10, quando acontecem audiências de conciliação no Ministério Público do Trabalho e no Tribunal de Justiça referente às punições aos professores e diretores grevistas.
Ao todo, 4156 professores votaram na assembleia da APP. Destes, 2663 (63%) aprovaram o fim da greve, enquanto 1434 (35%) reprovaram e 89 (2%) se abstiveram de votar. A greve foi contra o programa Parceiros da Escola, já sancionado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que prevê a terceirização da gestão administrativa das escolas.
Na avaliação de Walkiria Mazeto, presidente da APP Sindicato e que foi alvo de pedido de prisão pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), a avaliação do movimento foi positiva. “Não conseguimos barrar a tramitação [do projeto que privatiza as escolas], mas incomodamos e alcançamos com grande êxito outros objetivos. A nossa luta colocou a pauta da venda das escolas no mundo. Nós temos posição firmada neste estado, provocamos o debate sobre este tema nacionalmente e as agressões e violências deste governador colocaram a nossa pauta e a nossa entidade no cenário internacional”, declarou.
A presidente ainda falou que novamente houve uma perseguição a APP Sindicato. “Este não é o primeiro e não será o último governador a perseguir esta entidade que faz a luta e a defesa da educação e dos trabalhadores da educação neste estado. Mas nós estamos aqui e continuaremos aqui, na ativa ou aposentados. Ratinho Jr. vai passar. Ele está com os dias contados, mas nós ficaremos aqui. A APP-Sindicato estará aqui. Nós, professores(as) e funcionários(as) continuaremos na escola, porque precisamos cumprir não quatro anos de governo, mas a gente tem que cumprir 30 anos de trabalho na escola pública. É por isso que a gente não tem medo. A gente tem medo do que o governo pode fazer com a nossa escola e com a nossa vida funcional”, acrescentou Walkiria.
Por fim, a sindicalista disse que agora é luta para evitar que o Programa Parceiros da Escola avance ainda mais, seja por via judicial ou por convencimento da comunidade escolar que decidirá em audiência pública. “Por isso, outra frente tem que estar presente, que é intensificar o debate nas nossas escolas com os companheiros que não vieram para essa luta ou que acham que esse programa ainda será bom para nós ou para a comunidade, para que nenhuma escola deste estado seja privatizada”, pontuou.