- Atualizado há 1 ano
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Com foco na eletromobilidade e acreditando em uma redução da tarifa, foi dado o pontapé, na manhã desta quarta-feira (10), nos trabalhos para a estruturação e modelagem do novo projeto de concessão ou Parceria Público-Privada (PPP) do transporte coletivo de Curitiba. Os envolvidos, Prefeitura e BNDES, querem também a modernização do sistema, reestruturação dos serviços de mobilidade da Rede Integrada de Transporte e a descarbonização gradual da frota.
O novo modelo de concessão será o primeiro do país a contemplar, já na sua origem, a prioridade de redução de emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética. Para o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, isso mostra que a capital é inteligente e pioneira.
“Curitba se tornou uma referência mundial pela eficiência do transporte coletivo e chegou a ter metade da população usando onibus. A ideia é buscar a eletromobilidade em um contrato transparente e eficiente para servir ao povo. Estou iniciando os trabalhos para 2025 que não me pertencerá, mas é meu legado pelo bem que desejo a Curitiba. Eletromobilidade, menos poluição e menos doenças respiratórias pela descarbonização. Este é o caminho para as cidades inteligentes”, afirmou Greca,
A intenção é que o edital da nova concessão esteja pronto no primeiro semestre de 2025. O atual contrato, assinado em setembro de 2010, tem validade de 15 anos. De acordo com o presidente da URBS, Ogeny Pedro Maia Neto, a expectativa é que a nova concessão traga uma redução na tarifa de ônibus em Curitiba.
“Certamente a nova concessão vai reduzir o custo da tarifa. Você tem maior custo de aquisição dos ônibus elétricos, mas a manutenção deles é menor. Temos sim a expectativa de uma redução na tarifa a partir destaa nova tecnologia. Será um edital moderno, com energia limpa e custo acessível à população”, afirmou o presidente da URBS.
Presente na apresentação dos trabalhos iniciais, o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, ressaltou a credibilidade e transparência da administração municipal ao, desde já, iniciar os trabalhos para a nova concessão. “Um ano meio antes dom fim da concessão estamos dando início aos estudos contratados. Vamos buscar a tarifa justa e de qualidade para o usuário. No fim do último ano da gestão, estamos deixando programado para setembro do ano que vem para que ocorra a transição”, ressaltou.
Reconhecida pela inovação no transporte coletivo e em soluções de mobilidade, Curitiba tem um dos sistemas de transporte coletivo mais integrados do País.
Dos 15 milhões de passageiros por mês que utilizam o transporte da capital, 3,2 milhões são da Região Metropolitana, que entram no sistema sem ter que pagar uma nova passagem. São 22 terminais de integração, 244 linhas urbanas, 62 linhas metropolitanas que integram com o sistema e três linhas mistas (urbanas e metropolitanas). A frota é de 1,1 mil ônibus.
Um dos desafios da nova concessão é aumentar a participação dos ônibus no deslocamento da população. O fluxo de passageiros teve queda de 30% nos últimos dez anos, processo que se agravou com a pandemia de covid-19. “A ideia é traçar cenários ambiciosos para a reversão do contexto atual, com a busca por novas alternativas, ainda mais inovadoras e sustentáveis”, lembra a assessora de Investimentos do Ippuc, Ana Jayme.
Em 2020, Curitiba concluiu seu Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima), através do qual foi firmado o compromisso de o município se tornar neutro em emissões e resiliente aos riscos climáticos até 2050. Um dos cenários estudados para alcançar a neutralidade de carbono prevê que 85% dos deslocamentos sejam feitos por transporte coletivo e compartilhado, a pé ou de bicicleta até 2050.
Como parte da preparação para a nova concessão, Curitiba vem testando, desde abril, veículos elétricos no transporte coletivo e já definiu um investimento de R$ 200 milhões para a compra dos primeiros 70 ônibus elétricos que serão integrados à frota em junho do próximo ano. Os testes terminam neste mês com a avaliação de um total de seis ônibus elétricos, das marcas Eletra, Marcopolo, BYD e Volvo.
Esses testes e a performance dos primeiros veículos incorporados à frota também servirão de base para a elaboração do novo edital de concessão.