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“Ele queria fazer faculdade”, diz pai de jovem morto após suposto furto em hipermercado

Ronaldo afirmou que o filho não merecia morrer desta forma e tinha o plano de fazer uma faculdade no futuro
Ronaldo (foto), pai de Rodrigo, participou de protesto pela morte do filho (Foto: Geovane Barreiro - Nosso Dia)
Ronaldo afirmou que o filho não merecia morrer desta forma e tinha o plano de fazer uma faculdade no futuro

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro

26/06/25
às
7:39

- Atualizado há 1 minuto

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Ronaldo Boschen, pai do jovem Rodrigo Boschen, de 22 anos, conversou com o Portal Nosso Dia, durante o protesto pela morte do filho no Hipermercado Muffato, no bairro Portão, em Curitiba, na noite desta quarta-feira (25). A manifestação contou com a presença de familiares e amigos de Rodrigo, morto após o suposto furto de chicletes e chocolate, ao ser perseguido por um segurança terceirizado, dois funcionários e um motoboy, na quinta-feira (19) da semana passada. Ronaldo afirmou que o filho não merecia morrer desta forma e tinha o plano de fazer uma faculdade no futuro.

“Tem sido muito difícil. Não tem como isso continuar. Queremos Justiça. Rodrigo era meu filho, amado por todos. Ele não merecia uma morte dessa. Na hora, eu achei que era outro Rodrigo, porque não queria acreditar, mas no fundo, eu já sabia, porque o coração do pai sente”, disse emocionado, em entrevista ao Portal Nosso Dia.

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O pai participou do protesto que durou cerca de duas horas na noite desta quarta-feira (25), começando do lado de fora e terminando dentro do hipermercado Muffato. Segundo Ronaldo, o filho era muito amado e tranquilo com todos.

Protesto fechou caixas do Hipermercado Muffato (Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)

“Era muito amado, respeitava todo mundo e uma pessoa que todo mundo queria estar perto. Estava trabalhando, veio no mercado porque a avó mora perto.  É um suposto furto e, mesmo que tenha acontecido, é justificativa para tudo isso?”, questionou.

O pai revelou ainda que Rodrigo teve problemas com drogas, mas que estava controlado, tanto que tinha um emprego fixo em uma multinacional e planos para o futuro. “Ele queria estudar, fazer uma faculdade, gostava de jogar futebol. Agora, não tenho mais ele. Ele estava controlado e aparentemente não tinha mais esse problema de droga. Estava trabalhando e animado. Quando estava indo para o caminho certo, acontece isso”, falou.

Por fim, o pai enfatizou que é necessário cobrar por Justiça. “Meu filho estava aqui porque era rotina dele, a casa dos avós fica perto. Só quero Justiça, que outro pai não passe por isso, porque a vida do meu filho não volta mais. O mercado precisa contratar gente preparada. O que aconteceu, não poderia acontecer”, concluiu.

Protesto pela morte de Rodrigo no Hipermercado Muffato (Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)

O protesto dentro do mercado durou cerca de uma hora e fechou os caixas de atendimento, com gritos de palavras de ordem por parte dos manifestantes. Estiveram presentes familiares de Rodrigo, amigos e movimentos sociais.

O advogado Leonardo Mestre, que representa a família de Rodrigo, disse que é possível afirmar que, com o curso da investigação sobre a morte do jovem, a gravidade dos fatos supera o que foi inicialmente noticiado. “O corpo da vítima foi encontrado com os pés amarrados, apresentando inequívocos sinais de tortura, bem como múltiplas lesões decorrentes de agressões físicas, em número e intensidade significativamente superiores aos relatos previamente divulgados. Tais elementos reforçam a brutalidade e a desumanidade do crime perpetrado”, disse ao Portal Nosso Dia.

O que aconteceu?

Quatro suspeitos foram identificados pelo crime: dois funcionários do hipermercado, um segurança terceirizado e um motoboy ,que passava pelo local e parou para ajudar na detenção de Rodrigo. Dois permanecem presos, um foi solto audiência de custódia e um quarto, o funcionário do hipermercado que teria aplicado o mata-leão na vítima, fugiu após o crime.

Rodrigo foi morto após furto em hipermercado (Foto: Redes sociais)

A informação foi dada na manhã desta segunda-feira (23), durante entrevista coletiva, pelo delegado Thiago Filgueiras, da Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade (DHMC).

“Quinta-feira a equipe foi acionada até o local no bairro Portão. Uma testemunha relatou que viu três rapazes carregando um corpo e aquele fato chamou a atenção. Com as filmagens, fizemos a investigação e identificamos que dois dos suspeitos eram de um mercado e outro de uma empresa de segurança. Conseguimos prender os dois suspeitos e chegou a informação de que o rapaz tinha furtado alguns itens, de pequeno valor, perseguido por funcionários e abordado do lado de fora do hipermercado. Eles pediram ajuda de um motoboy, que parou, e começaram as agressões. O motoboy também foi preso”, disse. Leia a matéria completa clicando aqui.

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