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O vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), disse que a atual gestão municipal tem o “compromisso” de concluir as obras da Linha Verde até o final do ano que vem. O também secretário estadual das Cidades afirmou ainda que a “obra está em ritmo satisfatório de conclusão”. As declarações foram feitas durante entrevista à rádio Jovem Pan News na manhã desta quinta-feira (15).
Após vários adiamentos e pausas, a fala de Pimentel ocorre cerca de oito meses depois de as obras no trecho que fica no trevo do bairro Atuba serem retomadas por completo. O projeto de obras da Linha Verde já tem cerca de 16 anos, e o prazo definido pela Prefeitura de Curitiba em relação à conclusão é, agora, de 18 meses.
“Sim, [a obra] vai terminar. Eu fui secretário de Obras de Curitiba nos dois primeiros anos (2017 e 2018) e nós pegamos a obra da Linha Verde parada. É importante que ouvinte lembre que a obra da Linha Verde, a antiga BR-116, é longa e foi feita em lotes, em etapas. Tivemos dois problemas que lidamos com muita transparência. Primeiro veio a pandemia, que atrapalhou o dia a dia das obras e o aumento dos custos, e a empresa que administrava o trecho quebrou. Temos o compromisso de concluir até o fim do ano que vem, que é o fim da nossa gestão”, afirmou Pimentel na rádio Jovem Pan News.
De acordo com a Prefeitura de Curitiba, a Linha Verde possui 22 quilômetros de extensão de uma via urbana ao longo do eixo da BR-476, ligando a cidade do Sul ao Norte, desde o Pinheirinho ao Atuba. O trecho Sul da Linha Verde foi o primeiro a ser concluído, entre os anos de 2009 e 2014. Atualmente, estão em fase de licitação os lotes 2.1; 2.2 e o Lote 4.1.
Eduardo Pimentel também foi questionado sobre a possibilidade de ocorrer uma redução no número de radares na capital paranaense. Segundo ele, houve uma reformulação no novo contrato que dispõe sobre os equipamentos de fiscalização na cidade.
“Sim, é possível [reduzir os radares], pois é uma constante, um processo de educação com quem passa todos os dias naquele trecho. À medida que o controle for efetivo, o motorista passe a respeitar mais essa intersecção, é possível reavaliar. Isso é um assunto polêmico e ninguém gosta de tratar disso. Mas eu sou contra qualquer tipo de arapuca. Temos, sim, que ter uma sinalização efetiva e clara”, disse o vice-prefeito de Curitiba, que também defendeu a presença de radares em alguns pontos de Curitiba, como próximo de escolas e ruas íngremes.
A Câmara Municipal de Curitiba deu início, em abril, às discussões em torno de uma nova licitação do transporte coletivo na capital paranaense, já que o atual contrato de concessão vence em 2025. Uma comissão especial discute ainda a possibilidade da adoção de “tarifa zero”.
Ao ser questionado sobre as medidas a serem tomadas para combater a queda no número de usuários do sistema, Pimentel disse que o tema é um “dos maiores desafios dos gestores dos grandes centros urbanos”. De acordo com a própria prefeitura, houve uma redução expressiva em 2020, e o número de usuários caiu para 76,4 milhões. A título de comparação, no ano anterior (2019), a média de usuários era de 203 milhões. Segundo a Urbanização de Curitiba (Urbs), empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade, a queda se deu devido à pandemia de Covid-19.
“Está ocorrendo a perda de passageiros no transporte coletivo, e a pandemia ajudou nisso. O transporte coletivo é, sim, se não o principal, um dos maiores desafios dos gestores dos grandes centros urbanos porque precisamos disponibilizar transporte gratuito, ônibus com qualidade e tarifa justa para todos os usuários”, disse Pimentel.
De acordo com ele, Curitiba “tem diminuído muito” a tarifa técnica do transporte, um dos principais itens que define o valor da passagem para o usuário. Em fevereiro, a administração municipal anunciou o reajuste de R$ 0,50 na tarifa de ônibus e, atualmente, o usuário paga R$ 6 para embarcar no ônibus.
“Estamos mantendo, para o passageiro, tarifa social, pela qual ele paga um valor menor do que o custo real do sistema, que é a chamada tarifa técnica. Se atualizássemos pelo custo real, o passageiro teria que pagar R$ 7,05. O valor da tarifa técnica subiu 11% entre março de 2022 e março de 2023”, disse o presidente da Urbs à época.
“Nós, em Curitiba, temos diminuído muito a tarifa técnica, que era alta. Hoje, é perto da tarifa subsidiária que colocamos para a população de Curitiba, com forte investimento do município e apoio do Governo do Estado. É importante e fundamental que o Governo Federal entre na discussão do transporte coletivo”, afirmou Eduardo Pimentel.