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Dora Bertúlio, defensora das cotas raciais na UFPR, morre aos 76 anos

Jurista teve papel fundamental na implementação da política de cotas e no combate ao racismo no Brasil
Jurista teve papel fundamental na implementação da política de cotas e no combate ao racismo no Brasil

Redação Nosso Dia

15/02/25
às
14:01

- Atualizado há 3 meses

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A professora e jurista Dora Lúcia de Lima Bertúlio, uma das principais vozes na defesa das cotas raciais na Universidade Federal do Paraná (UFPR), faleceu nesta sexta-feira (14), aos 76 anos, em Curitiba. O velório será realizado na Capela Cemitério Jardim da Saudade, e o sepultamento está marcado para sábado (15), às 13h.

Bertúlio chefiou a procuradoria da UFPR a partir de 2002 e foi uma peça-chave na adoção da política de cotas raciais e sociais na instituição, contribuindo para que outras universidades brasileiras seguissem o mesmo caminho.

Sua atuação em prol da igualdade racial se estendeu além da universidade. Ela integrou a Comissão de Juristas da Câmara dos Deputados, trabalhando no aprimoramento das leis contra o racismo estrutural e institucional. Também foi procuradora da Fundação Cultural Palmares entre 2009 e 2016.

Reconhecida por seu legado, recebeu homenagens como personalidade Afro-Paranaense pelo Governo do Paraná e o título de cidadã honorária de Curitiba pela Câmara Municipal. Foi ainda cofundadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR, instituição à qual retornou em 2017 e onde permaneceu até sua aposentadoria em agosto de 2023.

Em entrevista à Superintendência de Comunicação da UFPR, em 2018, Dora relatou os desafios que enfrentou devido ao racismo. Desde a infância, percebeu a desigualdade racial e contou que, no colégio onde estudava, apenas três alunos eram negros. O apoio dos pais foi fundamental para ajudá-la a lidar com a discriminação ao longo da vida.

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