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A doação de órgãos da jovem ejetada de um carro em um acidente, no Alto da XV, em Curitiba, poderá ajudar a salvar a vida de até sete pessoas. Izabelle Tramorin, 20 anos, teve morte cerebral declarada no fim da tarde desta quarta-feira (12), no Hospital Cajuru, após um protocolo rigoroso, que inclui exames clínicos para confirmar a ausência de funções cerebrais e outros complementares. A família recebeu o comunicado oficial e autorizou a doação de órgãos da garota – que estão intactos, segundo os médicos.
A jovem estava internada no Hospital Cajuru desde a tarde do último sábado (8), quando sofreu ferimentos graves na cabeça ao ser ejetada de um Jeep Renegade dirigido por um colega de Izabelle, que teria ingerido bebida alcoólica. Segundo relatos, o motorista dirigia em alta velocidade e fazia zigue-zague pela rua. Havia três jovens no carro, a jovem estava no banco traseiro e foi a única socorrida.
A família contou que a cabeça de Izabelle foi a parte do corpo mais atingida pelo acidente, principalmente por ela ter sido jogada do carro, em alta velocidade. Com isso, órgãos como coração, pulmões, fígado, rins e córneas estão saudáveis e aptos para a doação – podendo salvar até sete pessoas.
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“Essa menina foi luz na terra e se despediu de nós como uma heroína, segundo os médicos ela vai salvar sete pessoas”, disse Gustavo Tremarin, primo de Izabelle, ao Portal Nosso Dia.
O Paraná realizou 1.113 transplantes de órgãos e tecidos no primeiro semestre de 2025, sendo 19 de coração, 144 de fígado, 6 de pâncreas e rim, 235 de rim, 513 de córnea e 196 medula óssea. O resultado acompanha o avanço nacional, que atingiu a marca recorde de 14,9 mil transplantes no período, um crescimento de 21% em relação a 2022.
Apesar do bom desempenho, o Ministério da Saúde alerta que o número poderia ser ainda maior, já que 45% das famílias brasileiras ainda recusam a doação. Atualmente, mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil, sendo 4,9 mil no Paraná, o que reforça a importância de valorizar quem atua diretamente na sensibilização das famílias.
Dois dias depois do acidente, Gustavo Tremarin contou ao Portal Nosso Dia que o acidente aconteceu depois que a jovem saiu de casa no Alto Tarumã, para ajudar a mãe, que precisava de um dicionário para o mestrado. Um conhecido dela se ofereceu para levá-la até o Shopping Jockey Plaza, acompanhado de outro rapaz. “No shopping, eles foram a um bar chamado 100 Beer, onde tomaram chope. Eu confirmei, com autorização do estabelecimento, que o motorista realmente bebeu antes de sair dirigindo”, relatou Gustavo.
Após deixar o local, o grupo seguia em direção ao Alto da XV, onde o motorista supostamente iria encontrar os pais. “Testemunhas nos relataram que ele descia a Rua XV em alta velocidade, pela faixa exclusiva de ônibus, fazendo ultrapassagens. Acabou batendo em um Siena e, na sequência, contra um poste que quebrou ao meio com a força do impacto”, contou.
Izabelle foi arremessada para fora do carro e sofreu um grave traumatismo craniano. “Quando cheguei, vi o carro destruído e uma poça de sangue. Foi uma irresponsabilidade absurda. Ele mudou a vida da minha prima”, completou o primo.
A família confirmou ainda que vai acionar a Justiça. “A gente tem provas de que ele estava embriagado. Queremos que ele seja preso. E enquanto estiver preso, que os pais paguem em doações para pessoas que passam por esse tipo de situação. Não queremos dinheiro, queremos justiça,” disse o irmão de Izabelle.
Para ele, a tragédia precisa servir de alerta. “Quando você está dirigindo um carro com outras pessoas, é responsável pela vida de todas elas. Ele precisa aprender o que é ser homem, o que é ter responsabilidade. Porque ele destruiu a vida da minha irmã e abalou toda a nossa família.”
