- Atualizado há 3 horas
A Urbanização de Curitiba (Urbs) começou a instalar nesta semana os primeiros dispositivos criados para impedir a ação dos chamados “fura-catracas” — pessoas que entram nos ônibus sem pagar a passagem. Ao todo, 62 estações-tubo da capital vão receber as novas barreiras de aço, duas em cada ponto, totalizando 124 estruturas. A medida busca conter um problema que, somente neste ano, já provocou prejuízo estimado em R$ 7,5 milhões ao sistema de transporte público.
Segundo o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, a evasão de passagens tem impacto direto nas contas do transporte coletivo. “As invasões prejudicam o transporte público, que deixa de receber a receita pelo serviço prestado e tem que ampliar gastos operacionais para reforçar a fiscalização e colocar anteparos e barreiras. Isso encarece custos e penaliza os passageiros que pagam corretamente as passagens”, afirmou.
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A primeira estação-tubo a receber o novo equipamento foi a China, no Bairro Alto. Nesta sexta-feira (10), os dispositivos devem ser implantados também na estação Passeio Público, no Centro Cívico, se as condições do tempo permitirem.
Durante a instalação, as estações continuarão operando normalmente. Conforme explica Rodrigo Baryczka de Mello, coordenador da Unidade de Manutenção de Transporte da Urbs, as estruturas são fixadas nas laterais das estações, bloqueando a passagem de quem tenta acessar os ônibus pelo lado externo. A previsão é que todas as 62 estações recebam os dispositivos em até 12 meses.
Invasões preocupam
Uma pesquisa do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) identificou 32.181 invasões em apenas uma semana, entre 11 e 17 de agosto deste ano — média de 4.597 por dia. Embora o número seja 14% menor que o registrado em março, o índice ainda é considerado alto.
A estação Marumby (sentido Terminal Portão) liderou o ranking de invasões, com 1.022 casos, seguida pela UTFPR sentido Pinheirinho (802), Osternack (796), Kennedy (673) e Praça Rui Barbosa sentido Centenário (615).
As estações Barigui, no bairro Mossunguê, chamam a atenção pela proporção de invasões em relação ao total de usuários: 34% no sentido bairro e 21% no sentido Centro.
O presidente do Setransp, Angelo Gulin, defende o reforço nas barreiras e o apoio da população à iniciativa. “As empresas realizam constantemente pesquisas para mapear os pontos com maior incidência de evasão e compartilham os dados com o poder público. Esperamos que essa iniciativa tenha o apoio da população, pois ela representa um avanço na busca por mais segurança e justiça para todos que utilizam e pagam corretamente pelo transporte público”, afirmou.
A Urbs informou que, após a conclusão desta primeira etapa, outras estações deverão ser contempladas com o novo sistema de bloqueio.
Testes com modelo móvel
Paralelamente, a Urbs realiza testes com um modelo móvel de barreira, criado a partir da ideia de um passageiro. Diferente das estruturas fixas, o dispositivo é acionado automaticamente quando a rampa do ônibus toca a plataforma, impedindo o acesso indevido durante o embarque e desembarque.
O equipamento vem sendo testado desde março na estação-tubo Morretes, no bairro Portão.
“Estamos avaliando, fazendo os ajustes necessários e, se conseguirmos bons resultados, o projeto pode ser homologado para ser implantado em outras estações-tubo”, explicou Alceu Portella, gestor da área de manutenção da Urbs.