Um dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba (SMC) foi detido durante uma manifestação em frente à sede da Renault, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, na manhã desta terça-feira (17). Os trabalhadores da montadora entraram hoje no 11° dia de greve.

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Prisão aconteceu nesta terça-feira (Foto: Reprodução)

Segundo a Polícia Militar (PM), o sindicalista desobedeceu uma decisão judicial da Vara do Trabalho de São José dos Pinhais, que permitia a entrada de ônibus com trabalhadores na empresa, por meio de escolta, colocando o carro na frente da passagem dos veículos.

Por sua vez, o SMC alega que a prisão foi arbitrária e que o dirigente sindical não descumpriu nenhuma medida judicial.

"O Gaúcho, nosso dirigente sindical e funcionário da Renault, foi preso arbitrariamente. Não tinha ninguém no ônibus e ficaram mais de dez viaturas para fazer a escolta. Ele foi detido por crime de trânsito e já está liberado. Acreditamos que foi uma prisão equivocada. A polícia deveria estar atrás de bandido, não prendendo líder sindical", disse ao Portal Nosso Dia o diretor do SMC, Alicate da Bosch,

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De acordo com a Polícia Militar, em Boletim de Ocorrência (BO) obtido pelo Nosso Dia, o sindicalista 'jogou o carro na frente dos ônibus e, quando a equipe foi abordar, jogou a chave do veículo para longe'. Ainda no BO, os policiais afirmam que Gaúcho teria descido empurrando os policiais mas, após isso, aceitou ser conduzido de forma passiva ao pelotão de trânsito, onde assinou Termo Circunstanciado (TC) por descumprimento de ordem judicial'.

A Renault, por meio de nota, afirmou que não 'comenta a situação, pois se trata de desbloqueio de via pública'.

Greve

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a paralisação na linha de produção é uma resposta principalmente à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), afetada pelos ajustes da montadora com base no acordo de flexibilidade e competitividade firmado em 2020, durante a pandemia de Covid-19.

Além do número de trabalhadores, que a entidade afirma que reduziu de cerca de 7 mil em 2020 para cerca de 5 mil, a velocidade da linha de produção baixou, o que influencia diretamente nas metas da PLR.

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Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, os trabalhadores acataram um acordo da empresa por competitividade, mas dois anos depois a empresa não aceita rediscutir os termos.