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A educação antirracista é fundamental para enfrentar o racismo estrutural presente em nossa sociedade. Abordar esse tema desde cedo ajuda a ensinar sobre diversidade, respeito e igualdade, além de combater preconceitos e estereótipos. Esse Dia da Leitura, comemorado em 12 de outubro, é uma oportunidade de trabalhar esses valores por meio da literatura, apresentando às crianças diferentes realidades e perspectivas para falar sobre o assunto.
“Trabalhar a educação antirracista com nossos alunos é mais do que uma prática pedagógica, é uma responsabilidade social. Ler e discutir livros sobre diversidade e igualdade ajuda a desenvolver empatia, respeito e uma visão de mundo inclusiva desde a infância”, ressalta a pedagoga e diretora da Escola Pedro Apóstolo, Carolina Paschoal.
A diretora acrescenta que essas leituras também fortalecem o diálogo com famílias e a comunidade escolar, tornando a educação mais significativa e transformadora. “A literatura exerce um papel essencial na formação do imaginário e na ampliação do repertório cultural das crianças. Por isso, obras que abordam o racismo de maneira sensível e acessível são ferramentas valiosas para incentivar a educação antirracista, tanto dentro da escola quanto no ambiente familiar”, orienta.
Pensando nisso, selecionamos 8 livros indicados pela pedagoga e diretora da Escola Pedro Apóstolo que valorizam diferentes culturas e promovem reflexões sobre igualdade, empatia e solidariedade:
1. Omo-Oba – Kiusam de Oliveira e Ayodê França
Reúne 12 contos da mitologia iorubá sobre princesas e príncipes africanos, apresentados de forma sensível e rica em valores. Nessas histórias, os orixás enfrentam desafios, aprendem e amadurecem, resgatando a ancestralidade negra e sua potência.
2. Sulwe – LupitaNyong’o
Neste delicado livro infantil, a atriz e vencedora do Oscar LupitaNyong’o aborda o racismo infantil por meio da história de Sulwe, uma garotinha negra que sonhava em brilhar como o sol. A narrativa, sensível e emocionante, ajuda crianças e adultos a refletirem sobre autoestima, aceitação e o poder da representatividade.
3. O mundo no black power de Tayó – Kiusam de Oliveira
Tayó é uma menina preta de seis anos que carrega orgulho no coração e no cabelo crespo em formato de black power. Amparada pela educação positiva recebida em casa, ela enfrenta piadas e apelidos na escola com autoconfiança e responde com firmeza: seu cabelo é tão poderoso que pode carregar o mundo inteiro.
4. Mandela, o africano de todas as cores – Alain Serres
A vida e a luta de Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, são apresentadas de forma lúdica e acessível para as crianças. O autor resgata sua trajetória de resistência e coragem. “Apresentar Mandela às crianças é uma maneira de mostrar que a história é feita por pessoas que ousaram sonhar com um mundo melhor. Isso inspira os pequenos a acreditarem que também podem transformar realidades ao seu redor”, afirma a pedagoga.
5. Um dia de neve – Ezra Jack Keats
Clássico da literatura infantil mundial, foi pioneiro ao retratar crianças negras em um cenário urbano e multicultural, ampliando a representatividade nos livros ilustrados. A obra convida as crianças a se reconhecerem nas pequenas descobertas do cotidiano, mostrando que toda infância merece ser celebrada e representada
6. O caderno sem rimas da Maria – Lázaro Ramos
Maria cria seu próprio caderno, cheio de invenções e novas palavras, mostrando que a imaginação e a identidade podem romper padrões. A cada página, ela afirma sua voz e autonomia, inspirando crianças a se expressarem com liberdade e criatividade.
7. Tudo bem ser diferente – Todd Parr
O livro mostra que todas as pessoas são diferentes umas das outras e está tudo bem, afinal seja alta, baixa, magra, gorda, preta ou branca todo mundo tem uma porção de qualidades e pode ensinar uma série de coisas novas. O autor vai além das características físicas e afirma que está tudo bem também ser tímido ou falante, ter uma família diferente, ter um amigo invisível e mais uma série de coisas.
8. Histórias da Preta – Heloisa Pires Lima
A protagonista reflete sobre identidade, pertencimento e história do povo negro, em um livro pioneiro que abriu espaço para a literatura antirracista voltada às crianças no Brasil. Com uma narrativa envolvente, a obra convida os pequenos leitores a pensar sobre quem são e de onde vêm, estimulando consciência e valorização da própria identidade.