- Atualizado há 2 anos
Deputados estaduais filiados ao União Brasil, ao qual o atual senador Sergio Moro é vinculado, se solidarizaram com o ex-juiz após a Polícia Federal (PF) encontrar, na manhã desta quarta-feira (22), esconderijos de criminosos ligados ao PCC que pretendiam sequestrá-lo e matá-lo. Moro e sua família, além de outras autoridades, seriam alvos de ataques da facção que atua dentro e fora de presídios.
Segundo a PF, a operação batizada de “Sequaz” cumpriu 24 mandados de busca e apreensão no Paraná, além de outros três estados e o Distrito Federal (DF). A quadrilha planejava homicídios e extorsão mediante sequestro, e os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea. Até as 10h, nove pessoas haviam sido presas pelos agentes (veja lista abaixo).
Durante sessão plenária da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nesta quarta (22), o deputado estadual Ney Leprevost (União) se solidarizou com Sergio Moro e afirmou ter exigido ao partido que seja encaminhado ao Senado um pedido de escolta permanente a ele e sua família. “Eu acredito que têm pessoas que aplaudem Moro, os que fazem contestações e quem gosta mais ou menos, mas ele não pode ter a vida ameaçada”, protestou o parlamentar.
Já o deputado Tito Barichello (União) disse não se sentir surpreso com a operação deflagrada pela Polícia Federal ao afirmar que todos os estados brasileiros “estão tomados por grupos criminosos”. Ele também defendeu a tomada de medidas para combate às facções.
“É preciso que as autoridades públicas tomem medidas para enfrentamento a essas organizações criminosas. Nós temos assinaturas para uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] no Paraná para saber o que está acontecendo com o crime organizado. Vejo sem surpresa, mas muito preocupado. Nós temos que enfrentar isso. Situação grave”, lamentou.
Liderança da oposição na Alep, Requião Filho (PT) disse que o plano do PCC em relação ao ex-juiz “mostra uma confiança dos bandidos na impunidade e em poder ameaçar a sociedade como um todo”.
Em pronunciamento feito por meio de seu perfil no Twitter, Moro agradeceu a policiais e afirmou que se manifestará sobre a operação na tarde desta quarta-feira no Congresso. “Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, escreveu ele por volta das 8h.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que convocará uma reunião entre secretários de Segurança dos Estados, a PF e a PRF na próxima semana para avaliar “a situação no país e debater mais medidas e propostas na área da Segurança Pública”.
Enquanto ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PL), Moro determinou a transferência de vários chefes do PCC, entre eles o Marcola, para o sistema penitenciário federal, presídios de segurança máxima.
De acordo com investigações, pelo menos dez integrantes da facção monitoravam a família do senador em Curitiba. Eles teriam alugado imóveis próximos a endereços ligados a Sergio Moro.