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Uma fala do deputado Ricardo Arruda (PSL) terminou em bate-boca durante a tarde desta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Questionando o deputado Goura (PDT), o bolsonarista defendeu o golpe militar dado no Brasil em 1964 e afirmou que os únicos torturados no país “foi quem mereceu”.
“Nunca houve ditadura em nosso país, quem inventou isso foi a esquerda. Ditadura houve em Cuba, Venezuela, e ocorre até hoje. [Regimes] que ganharam o governo na bala, matando quem era contra, isso foi ditadura. No Brasil houve um regime militar a pedido do povo, da grande maioria da população. São mulheres, homens e políticos que foram as ruas para pedir regime militar, porque estava esculhambada a gestão do nosso país, uma roubalheira generalizada. Aí os militares assumiram, para pôr ordem na casa. E devolveram, sem guerra nenhuma. Os únicos que dizem que foram torturados foi quem mereceu ser torturado, foram guerrilheiros, terroristas, que explodiam bancos, saqueavam. E acho que foi pouco ainda. Aqui nunca houve regime militar. Eu vivi nesse regime e a gente vivia muito bem obrigado, tinha disciplina e não tinha tanta bandidagem”, disse na tribuna.
A Ditadura Militar foi um regime que teve início com o golpe de 31 de março de 1964 e deposição do presidente João Goulart. O regime durou 21 anos (1964-1985) e estabeleceu a censura à imprensa e cultura, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.
Diante da fala de Arruda, o deputado Tadeu Veneri (PT) também pediu a fala. Ele definiu como “uma vergonha” a declaração. “Aqueles que tem um pouco mais de tempo sabem o que foi a ditadura militar. Deputado que diz que nunca houve tortura deveria ser torturado para saber o que é a tortura, deputado que diz que tinham que torturar mais e apanhar mais, deveria apanhar para saber como é. O senhor nunca teve coragem de enfrentar a ditadura, sempre foi cômodo, arrumadinho, encostadinho, calminho, daí faz o papel de herói na tribuna”, declarou.
Veneri ainda disse que o plenário da Alep não pode aceitar falas “de apologia à tortura” e que posições assim são inegociáveis.
Bate-boca na Assembleia
Após as críticas, Arruda voltou a pedir a palavra, mas acabou batendo boca com o líder da oposição, Arilson Chiorato (PT) e Veneri.
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