Em discurso acalorado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado estadual Renato Freitas (PT) chamou policiais militares de ‘covardes, ‘assassinos’ e ‘serviçais do mal’, ao falar sobre as mortes por confrontos no estado, que tiveram um crescimento segundo dados do Gaeco do Ministério Público do Paraná. As falas de Freitas, direcionadas aos policiais envolvidos na morte de cinco suspeitos no bairro Alto da Glória, que foram absolvidos pelo Tribunal do Júri, em 2017, levaram o secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, a apresentar uma representação contra o parlamentar na Casa.

“As vítimas do confronto são 60% de negros, em um estado em que 30% da população é negra. Acredito em uma seletividade das forças de Segurança Pública. A Polícia Militar do Paraná é a sexta que mais mata no país. Vejo nos corredores da Alep o sangue dos inocentes, o choro dos órfãos. Porque aqui nesta assembleia, policiais covardes, assassinos e serviçais do mal, receberam medalha de honra”, afirmou o deputado, fazendo referência ao caso dos policiais militares envolvidos no confronto com cinco mortos que foram absolvidos em Júri Popular.

O deputado ainda questionou o treinamento dado aos policiais militares que, segundo ele, são preparados de forma bestial. “Esse treinamento, que produz seres bestiais, deve ser questionado radicalmente, em prol de uma política de valorização da vida e soberania do Estado. Os policiais que não são serviçais do mal, têm espaço para questionar grupo de extermínio ou morte de inocentes? Tudo isso sobre as palmas da sociedade”, questionou.

Na representação, Hudson afirmou que Freitas realizou ilações infundadas, descabidas e distorcidas da realidade proferidas a militares estaduais e à Polícia Militar do Paraná.

“Ao proferir seu discurso, o parlamentar exprime acusações de forma generalizada aos homens e mulheres que todos os dias vestem uma farda para proteger a população paranaense e cumprir a lei e, ademais, fere de morte alguns dos princípios que norteiam as ações da Polícia Militar do Paraná como o respeito aos direitos humanos, ao Estado Democrático de Direito e à dignidade da pessoa humana, que são pilares da educação militar, diametralmente ao contrário àquilo que foi referido pelo insigne Deputado, aomencionar que o treinamento é desumano e embrutece os militares estaduais do Paraná”, afirmou o secretário.

O secretário ainda pontuou o trabalho feito diariamente pela PM do Paraná. “A Polícia Militar do Paraná é uma instituição sesquicentenária, que atua nos estritos ditames da lei para bem servir a população paranaense. A Corporação está presente em todos os rincões do Estado, nas cidades, nas matas, nas estradas. É a instituição de Estado mais próxima do cidadão, bastando um aceno de mão para que esteja ao lado de quem precisa que o Estado resolva qualquer problema do dia-a-dia”, concluiu.

O Portal Nosso Dia entrou em contato com a assessoria da Alep sobre a representação e aguarda um retorno.

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