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A atuação da Polícia Militar do Paraná (PMPR) durante uma manifestação de estudantes no prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, gerou repercussão política e institucional nesta quarta-feira (10). O episódio ocorreu na noite de terça-feira (9), quando uma palestra promovida pelo advogado Jeffrey Chiquini e pelo vereador Guilherme Kilter (Novo) foi alvo de protestos no Salão Nobre da universidade.
De um lado, o deputado estadual Arilson Chiorato (PT) acionou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para investigar o que classificou como “ação violenta” da PM contra os estudantes. De outro, a corporação divulgou nota oficial justificando a necessidade de uso de força e de “instrumentos de menor potencial ofensivo” para conter o tumulto.
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Segundo Arilson, os estudantes se manifestavam de forma pacífica contra a entrada dos palestrantes, que teriam insistido em comparecer ao local mesmo após a UFPR cancelar o evento. “Todo meu repúdio à violência e invasão praticada pela PM de Ratinho Jr. ao prédio histórico da UFPR. A Polícia Militar agrediu estudantes que protestavam contra uma palestra promovida por figuras políticas da extrema-direita com o intuito de atacar o STF e defender os autores da trama golpista”, declarou.
O parlamentar protocolou um documento pedindo providências à Comissão de Direitos Humanos e também comunicados a órgãos como o Ministério Público Estadual e Federal, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Educação (MEC) e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR).
Arilson defendeu uma apuração independente, com coleta de imagens, documentos e depoimentos dos envolvidos. “Essa truculência da PM de Ratinho Jr. não pode ficar impune. Depoimentos e vídeos nas redes sociais comprovam a necessidade de uma investigação rigorosa”, disse.
Já a Polícia Militar afirmou que o tumulto começou quando os palestrantes chegaram ao prédio e foram cercados por manifestantes, que teriam lançado insultos, ameaças e objetos contra eles. Segundo a nota, os policiais tentaram negociar para garantir a saída pacífica, mas, diante da resistência, foi necessário o uso de gás e técnicas de contenção.
Durante a confusão, um dos acompanhantes do palestrante teria apontado um estudante como autor de agressões. Ele recebeu voz de prisão por lesão corporal, mas resistiu e foi contido fisicamente. O jovem foi encaminhado ao 33º Batalhão da PM, onde assinou Termo Circunstanciado pelos crimes de lesão corporal, desobediência e resistência.
A corporação destacou que não houve feridos graves nem necessidade de atendimento médico e que, até o momento, não foram registradas denúncias formais contra a atuação dos policiais. “Caso surjam reclamações, o Comando da Unidade poderá instaurar procedimento administrativo para apuração”, concluiu a nota.