PUBLICIDADE
Caso Leandro Bossi /
DIA A DIA

Após erro em DNA, delegado do Caso Leandro Bossi afirma: ‘Lá atrás já existia suspeita de que algo estava errado’

Na última sexta-feira (10), a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que identificou fragmentos genéticos do menino Leandro Bossi
Na última sexta-feira (10), a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que identificou fragmentos genéticos do menino Leandro Bossi

Redação Nosso Dia

13/06/22
às
10:15

- Atualizado há 3 anos

Compartilhe:

O delegado inicialmente designado para o Caso Leandro Bossi, em Guaratuba, no Litoral do Estado, lamenta que o exame de DNA realizado em 1993 possa ter provocado uma série de equívocos na investigação. Ao Portal Nosso Dia, Luiz Carlos de Oliveira disse nesta segunda-feira (13) que, já na época, havia suspeitas de que algum erro poderia ter acontecido e que o exame de agora só confirma tudo isso.

Atualmente na Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos, Luiz Carlos de Oliveira comandou inquérito de Leandro Bossi (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

“Lá atrás já existia suspeita que poderia ter acontecido algum erro. Isso só mostra que houve equívoco na investigação”, disse brevemente.

Na última sexta-feira (10), a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que identificou fragmentos genéticos do menino Leandro Bossi. O exame foi realizado pela Polícia Federal (PF), em Brasília, e teve compatibilidade de 99,99% com o material coletado na mãe de Leandro, Paulina Bossi.

Oficialmente, a Sesp ainda não confirma se o fragmento é o mesmo obtido com a ossada recolhida em um matagal de Guaratuba no ano de 1993. Mas, em entrevista concedida à RPC TV no sábado (11), o secretário Wagner Mesquita confirmou a informação.

Leandro Bossi desapareceu em fevereiro de 1992

“Trinta anos atrás, foi feito em exame de DNA com a tecnologia disponível da época, por um instituto privado em Minas Gerais. Esse exame teria indicado que não se tratava do Leandro Bossi e que seria uma ossada de menina. Agora, nós estamos contradizendo esse exame com um exame muito mais moderno, muito mais tecnológico, que é uma tecnologia que só está disponível agora”, afirmou.

A ossada foi encontrada no mesmo matagal em que, um ano antes, o menino Evandro Ramos Caetano foi encontrado morto.

Exames

No laudo disponibilizado em 17 de janeiro de 1994 pelo Instituto Gene e publicado pelo Projeto Humanos, é possível constatar que o próprio laboratório cita a possibilidade de eventual erro. “Em primeiro lugar deve ser ressaltado que estudos de Identidade feitos a partir de DNA obtido de dentes e ossos são procedimentos delicados que podem ser influenciados por fatores variados, inclusive contaminação das amostras com DNA extrínsico, o que pode levar a falsas exclusões”, destaca.

A conclusão do exame feito na década de 1990 foi o de que “os estudos são altamente sugestivos de tratar-se do cadáver de uma criança do sexo feminino.”

Ivan Mizanzuk, autor do livro Caso Evandro, se dedicou por anos ao caso e citou nas redes sociais entrevistas que teve.

“E daí eu lembro dos geneticistas com quem conversei sempre dizendo o seguinte: falso negativo é mais comum do que se pensa, já falso positivo é praticamente impossível. Falso negativo pode dar por contaminação de laboratório. É um equipamento sujo pra dar ruim. Falso positivo já é mais difícil que acertar na loteria”, destacou.

A Polícia Civil já solicitou cópia do inquérito para eventuais novos apontamentos no caso.

TÁ SABENDO?

DIA A DIA

PUBLICIDADE
© 2024 Nosso dia - Portal de Noticias