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Boletim Epidemiológico da Hepatite A, divulgado nesta segunda-feira (10/6) pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, confirmou mais 38 casos de Hepatite A na última semana. De janeiro a 7 de junho deste ano, já foram registradas 310 infecções, cinco mortes e um transplante hepático em decorrência da Hepatite A na capital paranaense, que enfrenta surto da doença.

A investigação do Centro de Epidemiologia da SMS identificou que a transmissão ocorre de pessoa a pessoa, principalmente por práticas sexuais desprotegidas, cuja contaminação ocorre pelo contato de fezes com a boca.

“A principal prevenção é o cuidado com a higiene, tanto na prática sexual como na hora de se alimentar ou cozinhar”, destaca o médico Alcides de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da SMS.

A maioria das confirmações atinge homens jovens, entre 20 e 39 anos. São 228 casos masculinos (73,5%) e 82 femininos (26,5%). Por atingir adultos, os casos têm sido mais graves, sendo que 187 pessoas precisaram de internação hospitalar (60%) e 11 deles de cuidados intensivos em UTI.

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Causas

O trabalho de investigação das causas do surto em Curitiba está sendo reforçado por profissionais do Ministério da Saúde, que participam do Programa de Epidemiologia Aplicada do Sistema Único de Saúde (EpiSUS), implantado no país desde o ano 2000 com o objetivo de investigar surtos, epidemias e pandemias em todo território nacional.

Desde que foi identificado o número atípico de confirmações de Hepatite A em Curitiba, no mês de fevereiro de 2024, a SMS tem informado o Ministério da Saúde sobre a situação, inclusive enviando ofícios solicitando o apoio para o enfrentamento do surto, seja com vacinas ou com o trabalho de investigação das causas.

A equipe do EpiSUS se uniu a do Centro de Epidemiologia local e está acompanhando as investigações, aprofundando o inquérito com as pessoas que tiveram a confirmação da doença e seus contatos (familiares e pessoas de convivência), além de acompanhar visitas da vigilância sanitária, entre outras ações previstas pela vigilância epidemiológica.

Nas próximas semanas, a SMS vai enviar, pelo aplicativo Saúde Já, algumas questões para serem respondidas por pessoas que tiveram a confirmação do diagnóstico de Hepatite A.

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“O aplicativo Saúde Já é uma importante ferramenta de comunicação com nossos usuários. É um canal sigiloso e que pode nos ajudar a entender o surto vigente”, explica o diretor da SMS, pedindo que as pessoas respondam aos questionamentos.

Sintomas

Os sintomas da Hepatite A são fadiga, febre, mal-estar, dores musculares, enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, urina escura, pele e os olhos amarelados (icterícia).

“São sintomas que podem facilmente ser confundidos com várias doenças. O diagnóstico diferencial será feito a partir de exames, por isso é importante procurar atendimento o quanto antes”, alerta o médico da SMS.

Se os sintomas foram leves, o atendimento poderá ser feito pela Central Saúde Já – 3350-9000. Depois de falar com um profissional de saúde para a classificação de risco, poderá ser realizada uma consulta por telefone ou vídeo com um médico da Central. Se necessário, será agendado atendimento presencial em uma Unidade de Saúde ou, se o caso for mais grave, será encaminhado para atendimento em uma das nove UPAs da cidade.

De acordo com Oliveira, a Hepatite A em adultos geralmente é mais grave do que em crianças, e o surto registrado em Curitiba está concentrado em adultos jovens.

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“O jovem tem a tendência de minimizar sintomas e se automedicar. No caso da infecção pela hepatite A, isso pode prejudicar o fígado, que já está fragilizado pela doença, e pode ser determinante no agravamento da situação de saúde da pessoa”, explicou.

Prevenção

Conheça as principais medidas para prevenir a contaminação pela Hepatite A:

  • Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.
  • Lavar constantemente as mãos, incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos;
  • Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por pelo menos 10 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
  • Usar instalações sanitárias;
  • No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
  • Vacinar as crianças de 1 a 5 anos contra a Hepatite A, imunização prevista no calendário nacional do SUS.
  • Pessoas vivendo com HIV/Aids, candidatos a transplantes, doadores de órgãos sólidos, imunossuprimidos também podem se vacinar contra a Hepatite nos Centros de Referências de Imunobiológicos (Crie).