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No mês em que completa 332 anos, Curitiba ganhou um novo cartão-postal: três murais gigantescos de arte urbana realizados pelo renomado artista Eduardo Kobra, que cobrem os silos do Moinho da Anaconda, no bairro Jardim Botânico, e que dão vida nova à região próxima à Rodoferroviária da cidade.
A entrega da obra, encomendada pela fábrica de farinha, foi realizada na noite desta terça-feira (17/3), com participação do autor da intervenção artística.
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Kobra, que iniciou as obras no local em janeiro e em meio a um grande mistério sobre o resultado, agradeceu a oportunidade de realizar, em Curitiba, sua segunda maior arte urbana já feita.
‘É um grande privilégio realizar meu trabalho em Curitiba, neste local icônico e histórico da cidade. Foi um grande desafio que certamente marcou minha trajetória. Agradeço a o convite, a paciência e a confiança de vocês no meu trabalho”, falou.
Estampadas nos silos de 10 m de altura do moinho, Ciclos é a segunda maior obra já realizada pelo artista, que tem criações estampadas em arranha-céus de grandes centros mundiais, como Nova Iorque, Paris, Tóquio, Mumbai, Londres, Rio de Janeiro e São Paulo.
A intervenção urbana ilustra três fases da transformação do trigo em pão: a colheita dos grãos, a massa sendo sovada e o pão já assado. A obra em Curitiba foi encomendada pela indústria de produção de trigo Anaconda, em comemoração aos seus 75 anos, em 2026.
Kobra explica que, para estampar as grandes fachadas, são necessárias semanas de pré-produção e de artistas experientes em pintura em grandes alturas, para assegurar a harmonia do mural e a segurança dos trabalhadores. Ele conta com dois especialistas, Aguinaldo e Marcos, com quem trabalha há 15 anos.
Ciclos teve o desafio extra de ser a sua primeira obra artística em uma estrutura não plana: a arte urbana na capital paranaense levou em consideração a curvatura cilíndrica dos silos.
“Eu já tinha realizado pinturas anamórficas com efeito 3D no piso, mas sempre em áreas planas, que é muito mais fácil. Eu estava apreensivo para saber se realmente funcionaria”, revelou o artista.
Kobra contou também que há um segredinho para ver a melhor formação das imagens: “O melhor ângulo correto é focar na parte central dos murais da sova da massa e da que apresenta o pão assado”, disse. Para o mural que representa a colheita do trigo, com face para o Viaduto do Colorado, a melhor vista é da parte inferior, até o nível de quem está passando pelo viaduto.