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Criança de seis anos morre em Curitiba por doença invasiva rara causada por estreptococo

A iGAS é uma infecção rara, porém grave, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes
Intoxicação por metanol no Paraná
(Foto: SMCS)
A iGAS é uma infecção rara, porém grave, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes

Redação*

28/10/25
às
7:05

- Atualizado há 9 segundos

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A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba confirmou, nesta segunda-feira (27/10), o óbito de uma criança de 6 anos por doença invasiva causada por estreptococo do grupo A (iGAS). O óbito ocorreu no último dia 24 e estava sob investigação. Por conta desse caso, foi realizada nesta segunda-feira (27/10) uma ação de rastreio de contatos próximos que possam ser portadores da mesma bactéria, em familiares e na escola onde a criança estudava.

A iGAS é uma infecção rara, porém grave, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes. Esta bactéria pode ser encontrada em 5 a 15% da população, na garganta e pele de pessoas saudáveis. Quando causa doença, na imensa maioria dos casos são infecções comuns e sem maior gravidade, como amigdalite, escarlatina ou infecções de pele, como impetigo e infecções perianais.

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Entretanto, em casos raros, essa bactéria pode penetrar no corpo ou na corrente sanguínea e causar doenças invasivas como pneumonia grave, infecção muscular grave (fasciíte necrotizante), meningite ou um quadro grave conhecido como choque tóxico.

“A bactéria é a mesma de outras infecções comuns, mas a resposta imunológica pode ser diferente de criança para criança. Em alguns casos raros, o Streptococcus pyogenes pode gerar uma infecção invasiva gravíssima”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.

Segundo Oliveira, a transmissão do Streptococcus pyogenes na forma invasiva ocorre da mesma forma que nas infecções não invasivas (escarlatina ou amigdalite): por meio de gotículas de saliva ou secreções respiratórias de indivíduos infectados, ou pelo contato direto com lesões de pele (como impetigo).

Ações

Todos os envolvidos (Vigilância Epidemiológica da SMS, hospital, escola, laboratório municipal e Laboratório Central do Estado) estão trabalhando em conjunto para realizar as investigações de todos contatos próximos da criança acometida. 

A Vigilância Epidemiológica da SMS realizou, inclusive, nesta segunda-feira (27/10), uma ação na escola em que a criança estudava. Os colegas de turma são considerados contatos próximos, e, por isso, passaram por um exame, para que sejam rastreados e tratados eventuais portadores da bactéria.

Para isso, foi necessário coletar nos alunos dessa classe uma amostra de orofaringe com swab (realizado com a introdução de um cotonete estéril pela boca) para exames laboratoriais. Os pais foram avisados previamente pela equipe de saúde da escola e a presença deles foi opcional, uma vez que se trata de um procedimento rápido e indolor.

“Esse é o protocolo comum da SMS para que façamos o bloqueio da bactéria que resultou neste caso fulminante”, explica a médica infectologista da SMS, Marion Burger. 

Orientações

A Vigilância Epidemiológica não indicou o cancelamento das aulas ou que alunos não enfermos sejam afastados da escola. Nestas situações a SMS orienta que as pessoas consideradas contatos próximos da aluna acometida fiquem atentas a sintomas que possam indicar infecção por estreptococo, como febre, dor de garganta que podem ou não ser acompanhados de vermelhidão pelo corpo (nos casos de escarlatina). Diante desses sinais, recomenda-se procurar avaliação médica.

Para pais e responsáveis em geral, cujas crianças não tiveram contato com a criança que foi a óbito, a orientação é que, em caso de infecções comuns, fiquem atentos ao aparecimento de sinais de gravidade. “Essas infecções são comuns na infância, facilmente diagnosticadas no exame clínico e, quando tratadas adequadamente com antibióticos, a criança se restabelece sem nenhuma complicação”, diz Marion. Segundo a médica, são sinais de alerta para gravidade: febre persistente após 24 horas do início do tratamento com antibiótico, sonolência, fraqueza excessiva e vômitos de repetição. 

Tratamento

Não há vacina disponível contra o estreptococo do grupo A. Entretanto, o isolamento durante o período de transmissibilidade (até completar 24 horas do início do tratamento com antibiótico) e as medidas básicas de higiene (como não compartilhar talheres e higienização das mãos) podem reduzir a transmissão desta bactéria.

Ao contrário da escarlatina ou da amigdalite, que podem ser tratadas com antibióticos orais ou intramusculares, a suspeita de doença invasiva (iGAS) é uma emergência médica, que requer avaliação hospitalar imediata e tratamento com antibióticos intravenosos.

Como evitar contaminações

• Se tiver dor de garganta e febre alta, procure atendimento médico. A pessoa diagnosticada com infecção por estreptococos do grupo A só deve voltar a frequentar a escola, creche ou trabalho após 24 horas do início do tratamento com antibiótico.

• Mantenha ferimentos (como cortes ou arranhões) limpos e esteja atento a sinais de infecção. Se um ferimento se tornar vermelho ou inchado, com secreção purulenta, ou se estiver associado com febre, procure o serviço de saúde.

• Higienizar as mãos, especialmente após tossir ou espirrar, e antes e depois de cuidar de uma pessoa doente.

• Evite compartilhar alimentos, bebidas, cigarros ou pratos, copos e talheres.

• Creches e escolas devem higienizar adequadamente os brinquedos de uso comum.

• Deixar os ambientes bem ventilados.

*Com informações da Prefeitura de Curitiba

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